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Por que o marketing digital está enlouquecendo com um telão na Times Square?

Na edição 42o da Gossip Marketing: Fama de telão na TSQ, TikTok banalizando ser famoso, a forma certa de viralizar e muito mais...

Olá humano! Estava discutindo outro dia com uns amigos sobre o mapa de calor textual, e na minha cabeça, as vogais "O, A e U" são frias, enquanto "I" é morno e "E" quente. O que você acha? A música dessa edição virou uma notícia, então rola a tela pra ler mais.

Resumo para preguiçosos:

  • Febre em anunciar no telão da Times Square

  • TikTok está tornando comum ser famoso

  • Como viralizar do jeito certo?

📢 Publicidade - Por que o marketing digital está enlouquecendo com um telão na Times Square?

A Times Square, a avenida com o maior número de anúncios do mundo, ganhou mais um telão recentemente. Diferente dos outros, esse oferece a qualquer pessoa no mundo os seus 15 minutos de fama.

A TSX Entertainment (ou seria gênios?) instalou um outdoor de 18.000 pés quadrados na famosa avenida de publicidade de Nova York. O que o torna único é sua intenção de exibir vídeos pessoais, transformando-o em um verdadeiro feed da vida real. Qualquer pessoa que acesse o aplicativo do telão pode agendar um vídeo de 15 segundos por US$ 40, com direito a receber uma gravação do anúncio reproduzido no horário agendado. Para efeito de comparação, um outdoor tradicional custa a partir de US$ 500 por 20 inserções de 15 segundos.

No Brasil, alguns criadores de marketing digital compraram espaço como forma de demonstrar autoridade e validar seu sucesso, o famoso "cheguei lá". (Será que esse filme tem os mesmos criadores do aluguel de jatinho?)

Por que isso é quente?

É improvável que 15 segundos na Times Square tornem alguém famoso, considerando que o público de 360 mil pessoas que circulam por lá todos os dias está acostumado a ignorar os telões, tratando-os como parte do cenário. No entanto, a gravação do vídeo após o anúncio, postado nas redes sociais, ou uma foto ao vivo com seu anúncio sendo exibido é outra história. A ideia da empresa de tornar o agendamento de anúncios "acessível" é fantástica, proporcionando às marcas e criadores de qualquer lugar do mundo um espaço de referência em publicidade. No entanto, usar um anúncio como discurso de uma trajetória de sucesso, quando todos podem fazer isso, revela uma grave falta de noção em relação à regra básica do capitalismo: quando todos são especiais, ninguém é especial.

🤦🏼‍♀️ Seguidores - O TikTok está tornando comum o fato de ter milhões de seguidores?

Se ter fama social equivale a ter milhões de seguidores, em breve esse conceito cairá por terra se a cada dia nascerem contas e mais contas com mais de 1 milhão de seguidores.

Acontece que o TikTok hoje tem mais de 39.000 contas com pelo menos 1 milhão de seguidores. Isso é 6.200 a mais que o Youtube e 16 mil a mais que o Instagram. (É como usar o hack do GTA). A consequência disso se deve ao aumento do consumo da rede e ao formato dos vídeos curtos, que podem afetar consideravelmente o futuro da economia dos criadores. A verdade é que o número de seguidores não importa no TikTok, graças ao "For You", um feed de recomendação altamente personalizado, que pode indicar desde um conteúdo criado por um criador pequeno até um gigante. Na "For You", o objetivo é que o usuário receba o máximo de estímulos para continuar rolando, independente de quem está criando. Claro que alguns conseguem estabelecer conexões para além da rede, mas a grande maioria, apesar de ter muitas visualizações e seguidores, são como cantores de hits de carnaval: sucesso de 1 peça só, banhando no esquecimento.

Por que isso é quente?

O conteúdo do TikTok é inteiramente passivo. Portanto, quando a pessoa está rolando o feed, o criador de milhões de seguidores possui o mesmo grau de relacionamento de uma estrela de Hollywood, impessoal. Diferente do relacionamento criado no Stories, por exemplo. Quando o número de seguidores passa a ser irrelevante, o número de engajamento é o novo rei. Criadores pequenos têm ainda mais vantagens sobre os grandes nesse critério e devem usá-los a seu favor. Agora repare, se o "For You" escolhe desde o pequeno até o grande criador para engajar, isso faz dele a principal estrela, não necessariamente os criadores, ou seja, um império descentralizado nas mãos de muitos criadores.

🎶 Viral - Como uma música ensina a viralizar do jeito certo?

Eu já repeti algumas vezes que perseguir a viralização é o jeito mais rápido de fracassar em conteúdo. Mas se eu pudesse dar um conselho sobre como fazer isso, recorreria a Jung: "[...] ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana."

Foi basicamente isso que Oliver Anthony fez na música "Rich Men North of Richmond". O bastante para ele liderar as paradas de sucesso no Spotify, Apple, iTunes e Billboard. (É você, Taylor Swift?). E o segredo: ele não queria isso. Quando gravou o vídeo com apenas um violão e seu incrível vocal, a intenção dele era atingir apenas sua região, no caso, 300 mil visualizações. A música é um manifesto de cura para um homem que luta há 5 anos com a saúde mental e problemas com álcool, relatando a realidade de um trabalhador de fábrica. A narrativa gerou identificação com pessoas ao redor do mundo todo, levando a 155.891 comentários no Youtube de pessoas contando suas próprias experiências abusivas com o trabalho. Apesar do sucesso, Anthony recusou os acordos de 8 milhões de dólares que recebeu da indústria da música.

Por que isso é quente?

Oliver passou os últimos 10 anos ouvindo histórias de pessoas que passaram pelas mesmas coisas que ele. Essa escuta permitiu que ele criasse algo que não só repercutisse sua própria alma, mas que gerou identificação e arrancou sentimentos das pessoas, princípios esses, que são determinantes na produção de conteúdo. Os comentários no vídeo da música são uma riqueza para quem gosta de fazer monitoramento de redes sociais. Aprender a ser um investigador de afetos, como diz Samer Agi, é o jeito indireto e assertivo de buscar a viralização.

🔥 O que andou aquecendo por aí:

Google meu negócio: o perfil comercial da rede agora permite adicionar links de mídia social como uma possibilidade para os clientes se conectarem em mais pontos de contato.

Youtube: esta semana perdemos o recorde de audiência em live que era de 6,5 milhões na transmissão da Copa do Mundo pelo Cazé para dá-lo à Índia com mais de 8 milhões de pessoas assistindo a nave pousar na lua.

Music IA: depois que a Universal Music Group saiu removendo músicas de IA que falsificam a voz do Drake e do The Weeknd, eles fizeram um acordo lucrativo com o Youtube que visa proteger os direitos autorais dos artistas.

TikTok: a rede acaba de lançar o Search Ads Toggle, um posicionamento de anúncios para exibir anúncios nos resultados de pesquisa.

Linkedin: a plataforma lançou atualizações para o conteúdo de newsletter. Dentre as mudanças, está em hospedar vários boletins para uma mesma marca e notificações regulares automáticas para assinantes.

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Eu vou sempre bater na tecla e defender que newsletter é uma das melhores fontes para consumir conteúdo nos tempos atuais. Não tem algoritmo para impedir chegar até você, elas já ficam salvas para futuras consultas, além de uma curadoria sagrada, né? Mas se você não priorizar uma newsletter na sua caixa de entrada, tudo isso pode se perder. Eu publiquei um guia de como garantir que você receberá os e-mails que assina.

Se você gostou desta edição, deixe-me saber. Te vejo na próxima segunda!

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