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A OpenAI está reinventando o jogo ou apenas requentando o passado?

Na edição 131o da Gossip Marketing: Lançamento GPT5, marketing de reparação, Netflix transformando em TV a cabo e muito mais...

Olá, humano! Estou há algum tempo sem ouvir música. O motivo? Enjoei da minha playlist de quase 2 mil músicas. Então, você leitor que deveria me recomendar algo. Bora pra mais uma edição?

Resumo para preguiçosos:

  • Lançamento GPT5

  • Marketing de reparação 

  • Netflix é a nova TV a cabo

Reprodução Deadline

🔥 IA – GPT-5 Chegou: A OpenAI está reinventando o jogo ou apenas requentando o passado?

O capitalismo é sempre muito generoso em mostrar que uma hora ou outra, ser a última Coca-Cola do deserto tem prazo de validade. Diante de tantos concorrentes, a OpenAI lançou o GPT-5 na esperança de que ainda consegue ser a garota popular do colégio. Será mesmo?

  • Depois de 2 anos de desenvolvimento e alguns contratempos, a OpenAI lançou o GPT-5, ostentando recursos avançados de raciocínio e codificação.

  • O lançamento do ChatGPT em 2022 disparou a liderança de mercado, mas depois que tantos outros modelos foram lançados, as coisas se apertaram, dificultando o trabalho de se manter no topo.

  • Segundo o CEO Sam Altman, a ferramenta possui capacidade de responder questionamentos com a profundidade de um especialista com doutorado. (Modéstia sempre foi o forte dele)

  • O chatbot consegue desenvolver aplicativos a partir de instruções simples em inglês, uma função que eles descreveram como "codificar vibração". (Nome questionável, mas ok)

  • É possível customizar a personalidade da interação, escolhendo entre quatro perfis iniciais: "Cínico", "Robô", "Ouvinte" e "Nerd".

  • Conforme reportagem do The Wall Street Journal, esta versão é menos solícita que as anteriores, e a empresa afirma ter dedicado 5.000 horas de testes para identificar e mitigar comportamentos tendenciosos ou nocivos.

Por que isso é quente?

A OpenAI tem o plano ambicioso de ser líder de mercado, como qualquer marca no seu segmento, óbvio. E ela até pode conseguir, já que conta com 5 milhões de clientes empresariais pagantes. Só que a ideia é multiplicar ainda mais, roubando usuários de outros chatbots como Claude e Gemini.

O problema? Alguns recursos que o GPT-5 promete, como criação de aplicativos, já estão funcionando no Gemini desde as atualizações do Google I/O em maio. O DeepSeek possui esse recurso no DeepSite já em funcionamento, sem contar aplicativos independentes como Lovable e Bolt. Ou seja, vai precisar suar a camisa.

Como usuária de vários chatbots, vejo a liderança do ChatGPT, mas a situação não é muito diferente do que presenciamos no segmento de fast food. Se fosse para montar o combo perfeito seria: milkshake do Bob's, batata do Burger King, sanduíche do Subway e refri do Mac. (Ninguém é bom em tudo)

O combo perfeito de chatbot seria: escrita do Claude, aplicativos do Gemini, pesquisa com o Perplexity e pensamento estratégico com o ChatGPT. Cada um tem seu ponto forte, nenhum domina todos os aspectos.

É difícil um único chatbot atender várias demandas perfeitamente. Existem alucinações, segurança de dados, velocidade de processamento, qualidade de resposta, capacidade de servidores, investimentos, busca em tempo real... são muitas variáveis para acertar todas ao mesmo tempo.

Manter liderança está tão difícil quanto em qualquer outro segmento, e o sucesso de ontem não garante o de amanhã.

Pode ser que nos próximos anos as pessoas assinem chatbots na mesma quantidade que assinam streamings, um para cada necessidade específica.

👀 Marcas – Marketing de reparação: O que as marcas ganham quando limpam a própria sujeira?

Construir marca ficou mais complicado. Não é só pelo que sua marca diz, mas especialmente pelo que ela escolhe ignorar ou fingir que não existe. Algumas marcas me chamaram atenção por fazer algo revolucionário: resolver problemas que elas próprias criaram.

  • Vibra, grupo responsável por grande parte dos postos brasileiros, enfrentou o fato de que alguns estabelecimentos são cenários de violência sexual infantil. Pensando nisso, criou uma ativação na Paulista: uma "loja de inconveniência" com experiência imersiva para combater a violência sexual contra crianças e adolescentes.

  • Uber descobriu em seus relatórios que entre 2017 e 2022 ocorria uma agressão sexual ou incidente de má conduta sexual a cada oito minutos na plataforma. A partir disso, adotou medidas para combater violência de gênero, especialmente contra mulheres. (Oito minutos, gente!)

  • Coca-Cola sempre enfrentou críticas pelo alto teor de açúcar associado à obesidade e diabetes. Reconheceu as preocupações crescentes sobre consumo excessivo de açúcar e investiu em versões "mais saudáveis": Coca-Cola Light, Zero Açúcar e Life, visando consumidores preocupados com calorias.

  • H&M admitiu que a moda descartável contribui para desperdício massivo de roupas e impactos socioambientais. Lançou em 2013 um programa global de coleta de roupas usadas em todas as lojas, com a meta de usar exclusivamente materiais reciclados ou sustentáveis até 2030.

Por que isso é quente?

É verdade, marcas não devem nada para ninguém além do que está na lei. Mas o consumidor não esquece, e principalmente não perdoa quando a marca finge que seus problemas não existem.

Investir em causas relacionadas aos próprios impactos negativos não é caridade, é sobrevivência. Do ponto de vista de imagem e reputação, marcas que reconhecem problemas e agem para solucioná-los conseguem reconquistar confiança e melhorar percepção pública. É como pedir desculpas antes que alguém te confronte - sempre funciona melhor.

A Nike é um exemplo clássico: nos anos 1990, foi crucificada por usar mão de obra infantil. Em vez de negar ou minimizar, implementou políticas rigorosas de trabalho e investiu pesado em comunicação e práticas sustentáveis. Hoje é frequentemente citada como exemplo de reinvenção ética, o que elevou novamente seu prestígio. Virou case de como se recuperar de uma crise.

Alguns problemas as marcas podem escolher apoiar ou não. Outros, não combater é praticamente um atestado de culpa, como no caso da Uber, que demorou anos para admitir problemas estruturais em sua cultura corporativa e só agiu quando a pressão pública se tornou insustentável.

O consumidor de hoje não quer perfeição, quer honestidade. Prefere uma marca que admite erros e trabalha para corrigi-los do que uma que finge ser impecável. Porque no fundo, todo mundo sabe que empresa perfeita não existe, e quem insiste em fingir que é só levanta mais suspeitas.

📺 Entretenimento – O plano da Netflix: recriar a TV a cabo para dominar o futuro do streaming

Será que o rádio morreu ou só mudou de nome e virou podcast? Será que a TV a cabo morreu ou fez um rebranding para streaming? A Netflix revolucionou o mercado para tomar o lugar da TV a cabo, ou a TV a cabo simplesmente não se reinventou o suficiente?

  • Refletindo como muitos usuários já a tratam, como a nova TV a cabo, a Netflix está apostando todas as fichas em programação de entretenimento sem roteiro: mais produções musicais, competições e game shows.

  • A plataforma lançou Building the Band, novo show de competição, e está negociando com o Spotify para criar um programa de premiações ou série de espetáculos ao vivo.

  • Está investindo pesado em formatos de jogos e competições: um revival da série clássica Star Search (com votação popular ao vivo) e What's In The Box?, game show de perguntas e respostas apresentado por Neil Patrick Harris.

  • Em colaboração com The Daily Beast, planeja um programa de notícias sem viés político, segmento que internamente chama de "programação de informação". (Boa sorte com isso)

  • Firmou parceria com a NASA+ garantindo um canal exclusivo na Netflix para transmissões ao vivo de lançamentos de foguetes. (Porque quem não quer ver foguete decolando na sexta à noite?)

  • Para garantir programação variada, trouxe Jeff Gaspin (que deu sinal verde ao The Voice na NBCUniversal) para supervisionar a ampliação do conteúdo.

Por que isso é quente?

As próximas gerações vão conhecer o significado de TV a cabo pelo nome da Netflix, ou qualquer outro streaming que conseguir ocupar esse lugar primeiro. A ironia é deliciosa: a empresa que "matou" a TV a cabo agora quer ressuscitá-la em suas próprias plataformas.

Talvez pela dificuldade em inovar, ou pela facilidade em aproveitar formatos já testados e aprovados, a Netflix quer garantir programações que funcionaram por décadas na TV tradicional. É um esforço claro para conquistar clientes receosos de cancelar suas assinaturas de TV a cabo - se não pode vencê-los, junte-se a eles.

O Wall Street Journal aponta que esse tipo de programa é visto como peça-chave para alavancar o plano com publicidade do serviço. Afinal, game shows e competições são perfeitos para inserção de anúncios, exatamente como funcionava na TV a cabo.

Para imitar completamente a experiência da TV tradicional, é provável que a Netflix desenvolva uma função de "zapping", permitindo que usuários troquem de conteúdo de forma contínua e relaxante. Porque aparentemente sentimos falta de ficar mudando de canal sem saber o que assistir.

A estratégia é inteligente: em vez de inventar a roda, a Netflix está polindo a roda que já funcionava. O streaming matou a TV a cabo, mas agora percebeu que talvez tenha jogado o bebê fora junto com a água do banho.

🔥 O que andou aquecendo por aí:

OpenAI: lançou seu primeiro modelo de peso aberto em mais de seis anos, chamado GPT.OSS. 

Instagram: está fazendo o que faz de melhor, roubar recurso do Snapchat, lançando o "Instagram Map".

YouTube: está redesenhando sua página inicial para se parecer com a Netflix. 

Sony: adquiriu 2,5% de participação da Bandai Namco, dona do Pac-Man, por US$ 464 milhões, se unindo para criar mais conteúdo japonês para o mundo todo. 

Pinterest: relatou que homens agora representam um terço dos usuários, buscando conteúdo sobre saúde, estilo, tecnologia e criação de filhos. (Ainda é possível crer na humanidade)

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