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Como as marcas estão roubando atenção sem pagar por ela ou pagando pouco?

Na edição 132o da Gossip Marketing: Conquistando atenção com baixo orçamento, procurar emprego virou profissão, socialismo amigo e muito mais...

Olá, humano! A Sofia Carson conseguiu fazer o seu primeiro romance ruim. Ela seguia invicta aqui na minha lista, mas Meu ano em Oxford não dá. Como você aprovou isso Netinha? A música da semana é uma feliz descoberta do modo aleatório. Bora pra mais uma edição?

Resumo para preguiçosos:

  • Conquistando atenção com baixo orçamento

  • Procurar emprego virou profissão

  • Socialismo amigo

💰 Marcas – Como as marcas estão roubando atenção sem pagar por ela ou pagando pouco?

Talvez você seja o tipo de profissional de marketing que trabalha com orçamento milionário. No meu caso, e no de 80% do mercado, não. Então você vai precisar de uma dose extra de criatividade para fazer barulho sem quebrar o banco. E algumas marcas estão provando que é possível:

  • TD Bank encontrou uma brecha genial para divulgar sem pagar royalties. Posicionou vários outdoors furados em frente a lojas como Nike, McDonald's e Coca-Cola para que, de longe, as pessoas vissem o logo da marca mais a frase "Compre uma parte dele".

  • Frida lançou um sorvete com sabor de "leite materno" e teve diversas pessoas falando sobre isso nas redes sociais. Estranho? Sim. Mas rendeu mídia espontânea gratuita que vale milhões.

  • Outdoor em Goiânia instalou uma placa com a mensagem: "Você não consegue parar de trair? Temos a solução. Acesse: paredetrair.com". Ao abrir o site, era uma landing page com música do VH & Alexandre e Hugo Guilherme chamada "Propaganda Enganosa".

  • @Intensa, perfil dedicado a ensinar como ganhar dinheiro como social media, criou vídeos sobre "como fazer 20 mil em 45 dias". Em uma das ações, usou um QR code nas costas e foi para eventos. A curiosidade das pessoas fez elas escanearem e irem para uma landing page de marcação de reunião. Resultado: várias reuniões agendadas.

Por que isso é quente?

A publicidade tradicional está morrendo de morte lenta. As pessoas desenvolveram "cegueira de banner", bloqueadores de anúncio viraram extensão obrigatória do navegador, e o scroll infinito nas redes sociais transformou todo mundo em ninja de ignorar propaganda.

Quando foi a última vez que você clicou num anúncio de propósito?

A verdade é que estamos numa era onde atenção é o recurso mais escasso e caro. Grandes orçamentos não garantem mais grandes resultados porque as pessoas ficaram experts em ignorar o óbvio.

Quem conseguir ser memorável sem ser invasivo, engraçado sem ser forçado, e criativo sem ser cafona, vai dominar o jogo.

A criatividade virou o grande equalizador do marketing. Não importa se você tem R$ 1.000 ou R$ 1 milhão, se sua ideia for boa o suficiente, ela vai correr o mundo de graça.

E digo mais: quem tem orçamento maior tem mais margem para errar, mas também mais tentação de seguir o caminho óbvio.

🔥 Tendência – Procurar emprego virou profissão. Candidatos gastam até US$ 10 mil para conseguir trabalho

Procurar emprego sempre foi difícil, mas agora virou um investimento de alto risco. Os candidatos estão gastando até US$ 10 mil em serviços, assinaturas e bancos de dados para encontrar uma vaga. E o pior? Às vezes precisa de um emprego de meio período só para financiar a busca por um de período integral. O que está acontecendo?

  • Candidatos estão vendo anúncios para LinkedIn Premium, serviços de recrutamento, orientação profissional, painéis de empregos, editores de currículos, desenvolvedores de sites e ferramentas de IA para acelerar inscrições.

  • O setor de busca de emprego se tornou uma "indústria caseira", segundo The Wall Street Journal. As pessoas ficam presas em um ciclo vicioso, sentindo que precisam pagar por cada serviço para progredir... mesmo sem condições financeiras.

  • Com trabalho remoto permitindo que qualquer pessoa se candidate a vagas em qualquer mercado e IA analisando currículos intermináveis, candidatos frustrados sentem que não têm escolha senão investir para colocar o nome no topo da lista.

  • Segundo o Departamento de Estatísticas do Trabalho, um trabalhador leva em média 24 semanas para encontrar novo emprego após perder o antigo.

  • O número de pessoas desempregadas por mais de 27 semanas atingiu 1,8 milhão, e com mais demissões relacionadas à IA no horizonte, espera-se que aumente.

  • Um graduado em ciência da computação se candidatou a quase 6.000 empregos desde 2023, conseguindo apenas 13 entrevistas e nenhuma oferta. (A matemática da desesperança)

  • Um engenheiro de software em Illinois quase alugou um outdoor digital para exibir sua URL antes de finalmente conseguir emprego.

Por que isso é quente?

Vários fatores conspiram contra quem busca emprego: triagem de currículos feita por IA que não entende contexto, cargos administrativos sendo substituídos por automações e chatbots, sites de vagas com etapas infinitas, além de LinkedIn exigindo perfil perfeito com foto profissional e headline otimizada.

Agora os candidatos não podem mais contar só com sorte, eles precisam criar a própria sorte. E a criatividade virou pré-requisito, não diferencial. 

Essa semana viralizou no LinkedIn um rapaz que se disfarçou de entregador para entregar seu currículo numa caixa de donuts com a frase: "Muitos currículos vão parar no lixo, o meu na sua barriga". E funcionou.

Não é a primeira vez que alguém testa algo ousado. Uma estudante já imprimiu currículo numa garrafa de Coca-Cola e foi contratada por agência pela criatividade. Uma gerente de marketing viralizou na Europa ao criar vídeo para atrair recrutadores. Um cara quase alugou outdoor digital só para mostrar seu LinkedIn.

Se a única maneira de progredir significativamente nessa corrida desenfreada for fazendo conexões na vida real, podemos estar à beira de uma migração de trabalhadores para regiões com oportunidades mais abundantes. 

Networking presencial pode voltar a valer mais que qualquer algoritmo.

Só tem uma coisa para falar: marketeiros, vocês serão mais cobrados que qualquer outra área para exercer criatividade na busca por emprego. Afinal, se você não consegue se vender, como vai vender produto dos outros? Good luck. (E preparem o orçamento para os donuts)

😎 Tendência – Socialismo amigo: agora qualquer um pode ser da sua família se pagar a conta em dia

O custo das assinaturas continua subindo, então os americanos estão fazendo o que fazem de melhor: encontrando uma brecha no sistema. Eles estão assinando planos familiares com amigos, conhecidos e até estranhos para manter o orçamento.

  • O adulto americano médio está ficando solteiro por mais tempo, tem 20% de chance de ainda pagar a conta telefônica dos pais e paga por cinco serviços de assinatura premium por mês, além de extras como streaming de música e fitness.

  • A maioria dos "planos familiares" não exige explicitamente que os membros sejam parentes, então usuários estão adicionando qualquer pessoa que pague em dia e seja responsável.

  • Outros planos exigem que todos compartilhem o mesmo endereço, mas sem verificação ativa, as pessoas se listam sob o mesmo teto nas configurações.

  • Emily Stewart, do Insider, chama isso de "socialismo amigo". (E funciona melhor que qualquer programa social do governo.)

  • Algumas empresas como Peloton estão cientes da prática e não desencorajam, vendo como forma fácil de atrair pessoas para seu ecossistema ou aumentar exposição de anúncios.

  • Outras como Netflix e Disney+ priorizam receita média por usuário (ARPU) e reprimem ativamente o compartilhamento, apostando que usuários pagarão preço integral quando forem pegos.

  • A AT&T lançou uma ferramenta para dividir pagamentos entre membros, facilitando ainda mais o compartilhamento.

Por que isso é quente?

O compartilhamento de senhas, reservas e custos vai se tornar cada vez mais comum frente a uma economia em recessão.

As pessoas vão se apoiar crescentemente em estranhos para dividir despesas, e isso pode evoluir para moradia compartilhada entre desconhecidos só para reduzir custos de aluguel e contas.

Robbie Kellman Baxter, consultor de empresas de assinatura, disse que permitir planos familiares com amigos é "uma estratégia útil para aumentar o uso, compreensão e formação de hábitos".

Frente a esse cenário, as marcas não podem ser resistência. O objetivo deve ser cada vez mais investir nessas opções de divisão com estranhos, criando ferramentas que facilitem o compartilhamento em vez de reprimi-lo.

Já vemos isso acontecendo em alguns setores. A 99 tinha opções de viagem compartilhada, o site Kotas faz rateio entre usuários para compras coletivas.

Algumas empresas estão surfando na onda, outras tentando reprimi-la. Mas quando você torna seus produtos inacessíveis, as pessoas vão encontrar um jeito. E esse jeito, aparentemente, envolve transformar estranhos em família digital.

🔥 O que andou aquecendo por aí:

Mattel: inaugura o primeiro café temático da Polly Pocket no mundo em Monterrey, México, com decoração mágica e mini-delícias.

99Food: projeta taxas cobradas pelo iFood em prédios de São Paulo como campanha provocadora para sua chegada oficial na capital. (Nada melhor como chegar causando polêmica)

Kinder Joy: lança edição limitada Super Mario no Brasil com brindes colecionáveis inspirados no universo da Nintendo.

Instagram: está trabalhando em um novo recurso chamado "Picks" que permite destacar interesses como programas, músicas e livros favoritos. (Porque seu perfil precisava de mais uma seção para julgar seu gosto)

YouTube: Shorts agora permite que criadores ganhem dinheiro adicionando anúncios de aplicativos com CTAs clicáveis aos vídeos.

Caso você seja novo (a): 

Minha missão é reduzir o barulho gerado pelo excesso de informação, engajando na criação de um ambiente mais criativo por meio da curadoria e criação de conteúdo de valor.

Como posso te ajudar: 

  • Acesse gratuitamente a caixa de ferramentas para sobreviver ao digital.

  • Acesse gratuitamente o board de referências para se inspirar. 

  • Acesse gratuitamente o template de notion do Linkedin para começar a criar.

  • Acesse a playlist da Gossip Marketing

  • Procurando um profissional de marketing para a sua empresa? Entre em contato para patrocinar sua vaga. 

  • Nem toda agência é igual. Se você busca estratégia, criatividade, tecnologia e transparência em um só lugar, a Neoplan é a escolha certa. Mais do que prometer, a gente entrega.

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