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A corrida pelo super app de IA: OpenAI quer que você compre, crie e consuma em um só lugar

Na edição 139o Edição da Gossip Marketing: OpenAI lança e-commerce e rede social do Sora, Como será o consumidor de 2030?, K-pop quer monetizar conversas com fãs e muito mais...

Olá, humano! Essa é a última chamada para você responder a pesquisa que me permite conhecer você e pensar em conteúdos cada vez mais relevantes aqui na Gossip Marketing. É uma pesquisa rápida (leva menos de 2 min 👀). Bora pra mais uma edição?

Resumo para preguiçosos:

  • OpenAI lança e-commerce e rede social do Sora

  • Como será o consumidor de 2030?

  • K-pop quer monetizar conversas com fãs

🛍️ Consumo – A corrida pelo super app de IA: OpenAI quer que você compre, crie e consuma em um só lugar

A OpenAI lançou duas bombas de uma vez: o "Instant Checkout" para compras diretas no ChatGPT e o app social Sora para vídeos gerados por IA. Com 700 milhões de usuários semanais, eles querem dominar o e-commerce e entretenimento simultaneamente. O que rolou?

  • Usuários podem comprar produtos diretamente no chat via integração com Etsy e Shopify, usando Stripe como intermediário de pagamento.

  • A OpenAI criou o Agentic Commerce Protocol para comerciantes tornarem produtos compráveis sem sair da conversa.

  • Mais de 10% dos usuários tem intenção de compra durante uso do ChatGPT.

  • Agora o Sora se tornou uma rede social e compete com TikTok e YouTube Shorts, gerando vídeos de 10 segundos com som via modelo Sora 2.

  • Além disso, a plataforma adicionou feed algorítmico, curtidas, comentários e capacidade de remixar conteúdo.

  • A polêmica: usuários podem criar deepfakes de qualquer pessoa que confirmou semelhança no app, tornando-se "coproprietários" automáticos.

  • Meta e Google também entraram na guerra: Meta lançou aba "Vibes" e Google o Veo 3 no Shorts.

  • OpenAI exige que detentores de direitos autorais optem manualmente por não treinar o modelo - estratégia para usar obras protegidas antes da lei endurecer.

Por que isso é quente?

A OpenAI não quer apenas a liderança da pesquisa do Google. Ela quer todas as abas da pesquisa.

Em vez de você pesquisar, comparar preços e decidir conscientemente onde comprar, o ChatGPT vai "recomendar" produtos e fechar a venda ali mesmo. Isso não vai matar o Google Shopping, mas pode dar um golpe semelhante ao que deu na pesquisa tradicional.

O problema é: quando um único sistema controla a descoberta, a recomendação e a transação, quem garante que você está vendo as melhores opções ou apenas as que pagaram mais comissão?

Com 10% dos usuários demonstrando intenção de compra, estamos falando de 70 milhões de pessoas que podem ser convertidas em compradores. A OpenAI não precisa ser melhor que a Amazon - só precisa ser mais conveniente. E conveniência é tudo que o consumidor de 2030 deseja (próxima notícia).

No entretenimento, o Sora expõe algo ainda mais problemático: a normalização dos deepfakes como entretenimento social. 

Sim, você recebe notificação quando alguém cria vídeo seu. Mas isso não muda o fato de que sua imagem pode ser usada sem seu consentimento inicial - você só pode reagir depois. (Em apenas 1 dia de lançamento, os usuários criaram deepfakes do Sam Altamn com personagens protegidos por direitos autorais)

A estratégia de exigir que detentores de direitos autorais optem manualmente por não treinar o modelo é cínica: eles sabem que a maioria dos criadores não vai descobrir a tempo ou não terá recursos legais para agir.

Até lá, isso vai permitir criar um banco de vídeos em escala industrial que não seria possível sem infrigir direitos autorais.

Toda Big Tech construiu seu ecossistema fechado. Agora chegou a vez da OpenAI. Prepare-se para entregar tudo num só lugar: onde você compra, cria e consome.

📈 Marketing – Ad Age revela como será o consumidor de 2030 (e spoiler: o futuro mora no agora)

A Ad Age lançou uma série especial sobre o futuro da publicidade em 2030. A publicação ouviu diversos especialistas para mapear as transformações no comportamento de consumo e o que as marcas precisam fazer agora. O que está mudando?

  • Programas de lealdade vão morrer no formato atual. Boomers, millennials e até Gen Z mais velhos ainda esperam o tradicional "compre 10, ganhe 1 grátis", mas consumidores mais jovens querem personalização extrema.

  • O paradoxo da privacidade: gerações mais novas não ligam tanto para privacidade de dados, desde que ganhem conveniência. Serviços como DoorDash e Uber provam que praticidade vence preocupação com dados pessoais.

  • Comunidades valem mais que transações. Os profissionais de marketing precisam começar agora a construir razões além de desconto para conectar com consumidores - facilitando conexões entre eles, troca de ideias e avaliações.

  • Fragmentação cultural extrema: interesses dos consumidores continuarão se dividindo, e os lugares onde passam tempo (e onde anunciantes podem alcançá-los) ficarão cada vez mais dispersos.

  • Busca por IA está substituindo Google: pessoas já estão usando ferramentas de IA para encontrar produtos, e essas ferramentas incorporam compra direta. Agências como R/GA já desenvolvem produtos específicos de busca por IA.

  • Criadores viraram redes de mídia: YouTube está vivendo renascimento com conteúdo longo virando "nova TV". Marcas precisam seguir esses olhares com product placement, parcerias ou séries próprias.

  • Velocidade acima de tudo: Joy Allen-Altimare, CMO da Saucony, resume: "O que precisamos das agências até 2030 são menos camadas e mais realizadores. Não são 50 estrategistas numa sala, são cinco pessoas que sabem tornar uma ideia viva em menos de cinco dias."

  • Agências precisam mudar precificação: modelos baseados em resultados em vez de horas trabalhadas. A agência Known já vincula 20% a 30% de suas taxas a indicadores específicos dos clientes.

Por que isso é quente?

As tendências para 2030 deixam cada vez mais claro o quão desafiador é - e continuará sendo - gerenciar marcas.

O que as marcas precisam entender a partir de agora é: a geração mais nova valoriza espaços de pertencimento horizontal, onde o controle é compartilhado - não "propriedade" da marca. Isso significa que marcas precisam assumir o papel de facilitadoras, não protagonistas.

A IA vai intermediar cada vez mais as decisões de compra, e as marcas precisarão "convencer máquinas", não só pessoas. Com busca generativa dominando, algoritmos de recomendação se tornam o novo ponto de venda.

A fragmentação cultural está atingindo níveis extremos - milhares de microssubculturas, fandoms e nichos convivendo em paralelo. Cada campanha fica mais cara porque o alcance real por comunidade despenca.

O desafio não é fazer uma grande campanha, é criar estruturas de conteúdo modular: uma ideia central que se desdobra em 50 micro-histórias customizadas para cada nicho.

A pressão por "lançar em 5 dias" pode matar o pensamento estratégico. Marcas precisarão equilibrar rapidez operacional com consistência de marca.

A mudança na precificação das agências é sintoma de algo maior: o fim do modelo de horas trabalhadas e o começo de compartilhamento real de risco e recompensa. IA e automação vão reduzir custos operacionais, mas aumentar exponencialmente o valor do pensamento criativo e da execução ágil. Quem souber fazer isso bem vai cobrar caro - e com razão.

O consumidor de 2030 não está chegando. Ele já está aqui, só que as estruturas corporativas ainda operam como se estivéssemos em 2015.

🎤 Comportamento – K-pop promover conversas entre fãs e artitas via app e cobra US$ 5 por mês por cada membro da banda

O K-pop descobriu uma nova mina de ouro: cobrar dos fãs para trocar mensagens com seus ídolos favoritos. Aplicativos como Bubble e Weverse estão transformando relacionamentos parassociais em modelo de assinatura. O que está acontecendo?

  • Bubble, criado pela Dear U, cobra de US$ 4 a US$ 5 por mês para cada membro do grupo com quem você quer conversar.

  • Weverse, da HYBE, permite conexão com membros via DM por US$ 5 por pessoa.

  • Grupos de K-pop podem ter até oito membros, então conversar com a banda inteira pode custar até US$ 40 por mês.

  • O Weverse afirma ter mais de 150 milhões de downloads, com 90% do tráfego vindo de fora da Coreia do Sul.

  • Esses serviços de mensagens democratizam o acesso que antes era restrito a "fansigns" caros e chamadas online exclusivas.

  • A estratégia reflete a preferência da Geração Z por participar de chats em grupo em vez de postar em redes tradicionais como X.

  • O modelo cria um ciclo de feedback direto e infinito entre artistas e fãs que pode até moldar a própria música produzida.

Por que isso é quente?

Qualquer artista que não seja a Taylor Swift vai realmente precisar de uma estratégia adicional para ganhar dinheiro.

A indústria do K-pop transformou proximidade emocional em modelo de negócio recorrente, cobrando mensalidade para você sentir que tem um "relacionamento" com alguém que nunca vai te conhecer de verdade.

Ao cobrar por membro individual em vez de por grupo, eles fragmentam o consumo e aumentam brutalmente o ticket médio. É o mesmo modelo de plataformas de jogos (microtransações) ou streaming (múltiplas assinaturas), só que aplicado a relacionamentos parassociais.

Com 90% do tráfego vindo de fora da Coreia, o K-pop mostra como o entretenimento se tornou genuinamente global e interativo. Esses apps funcionam como plataformas de engajamento internacional que reforçam o fandom como ecossistema cultural e comercial - você não consome K-pop passivamente, você participa ativamente dele pagando mensalidade.

O mais estratégico é que essas interações geram dados em tempo real sobre o que os fãs desejam. Os fãs pagam para dizer o que querem, e a indústria usa isso para moldar o próximo lançamento que os fãs vão... pagar novamente.

Outros artistas fora do K-pop certamente vão tentar replicar esse modelo. Mas poucos têm a infraestrutura de fandom organizado e a disposição cultural para relacionamentos parassociais intensos que o K-pop cultivou por décadas.

Esse pode ser provavelmente o prenúncio de como todas as celebridades vão cobrar por "acesso" no futuro.

🔥 O que andou aquecendo por aí:

Neon: o banco do proletariado acabou de fazer um rebranding de posicionamento e identidade visual. Junto ao lançamento, publicaram um comercial controverso sobre a vida real do brasileiro. (Só de não ter sido ignorado, acho que já foi um sucesso)

Spotify: vai permitir que usuários bloqueiem músicas específicas para que não influenciem seus algoritmos de recomendação. (Agora todo mundo vai ouvir só os sons de suas bolhas mesmo)

Microsoft: apresentou novo assistente de IA integrado ao Office, capaz de gerar documentos no Word e planilhas no Excel a partir de comandos de texto simples. 

Lionsgate: firmou colaboração com a empresa de IA Runway para desenvolver filmes e séries usando a tecnologia, mas até o momento essa meta tem se mostrado quase inalcançável. (Hollywood descobrindo que IA não é a salvação do mundo)

Apple: está realizando testes internos com ferramenta de IA parecida com ChatGPT, preparando terreno para lançar nova Siri com recursos avançados de IA no próximo ano. 

Caso você seja novo (a): 

Minha missão é reduzir o barulho gerado pelo excesso de informação, engajando na criação de um ambiente mais criativo por meio da curadoria e criação de conteúdo de valor.

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