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Podcast é coisa do passado, agora a moda do mercado digital é... debates

Na edição 140o Edição da Gossip Marketing: A nova moda do mercado digital é debates, Instagram cria premiação para criadores, ChatGPT vira loja de aplicativos e muito mais...

Olá, humano! Sempre me perguntei se era saudável chamar nosso encontro semanal de Gossip Marketing. Afinal, é uma fofoca. Até que eu li um artigo da Eat Your Nuts que me fez sentir livre “a fofoca cumpre uma função essencial: redistribuir poder e informação.” Viva a fofoca! Agora ligue o som e bora para mais uma edição?

Resumo para preguiçosos:

  • A nova moda do mercado digital é debates

  • Instagram cria premiação para criadores

  • ChatGPT vira loja de aplicativos

🗣️ Tendência – Podcast é coisa do passado, agora a moda do mercado digital é... debates

O pessoal do marketing digital se uniu para fazer uma promo vitalícia e está rodando vários anúncios "criativos". Essa forma inusitada de venda me levou a uma investigação. Aqui está o que se passou pela minha cabeça nos últimos dias...

  • Os anúncios ficaram mais caros e escrachados para chamar clique e reduzir o custo por aquisição.

  • Alguns formatos já estão saturados: ir em podcast já é algo conhecido, e a autoridade do mercado digital está indo ralo abaixo pela quantidade de gente picareta.

  • Minha nova aposta: debates polêmicos. 

  • Eles estão aparecendo como o novo formato para construir autoridade no marketing digital. E tem algo em comum: são extremamente polêmicos e, na maioria das vezes, quem está debatendo tem conhecimento popular empírico, o que é perfeito para quem está em busca de construir uma imagem favorável. 

  • Basicamente, é feita uma quebra de objeções com pessoas iguais a mim e a você, que está assistindo.

  • Um fato curioso é que artistas americanos começaram a ir ao Tiny Desk Concert (NPR Music), um evento gravado que acontece em bibliotecas com público pequeno (no máximo 50 pessoas), onde cantam sem estrutura de show e tudo fica gravado para o canal do YouTube.

  • Por que eles topam isso? Geralmente, os shows tradicionais têm pirotecnia, autotune, playback... tornando impossível saber se o artista é realmente bom ou se é a estrutura do show que é boa.

  • Com isso, os artistas começaram a ir ao NPR para provar que sabiam cantar de verdade, sem toda essa produção. Quase um ISO de qualidade da música.

Por que isso é quente?

Debates polêmicos são basicamente a versão brasileira do NPR Music para profissionais de marketing, uma forma sutil de transformar objeções em entretenimento.

Anunciar está caro e saturado, então marcas e profissionais precisaram encontrar formas de construir autoridade que não dependam só de dinheiro investido em mídia paga. 

O debate resolve isso porque coloca o entrevistado numa arena pública onde precisa performar diante de um público que não está a favor dele.

Mas tem uma vantagem: as pautas são selecionadas pela pessoa que topou ir ao debate, não pelas 30 que vão contra-argumentar.

Cada pessoa que contra-argumenta representa uma objeção real do público. Quando uma pergunta é respondida, o argumento vencido não é só para aquela pessoa, mas quebra a objeção de milhares que assistem e pensam a mesma coisa.

Assim como artistas provam talento vocal sem produção, profissionais de marketing agora provam conhecimento sem slides bonitos ou cases editados. É autenticidade performática.

E com algoritmos priorizando conteúdo polêmico e engajamento emocional, debates naturalmente viralizam mais do que qualquer outra coisa. 

E aí, quais são as próximas apostas de convidados?

🏆 Redes Sociais – Instagram lança o "Oscar dos criadores" e finalmente reconhece que a economia criativa virou indústria de verdade

O Instagram está lançando uma cerimônia oficial de premiação para a economia criadora chamada Instagram Rings. Conte mais...

  • Era apenas questão de tempo até que surgisse algo assim, considerando que a economia criativa compete hoje com cinema, TV, música e videogames pela atenção cultural e, em muitos casos, está vencendo.

  • O Instagram tem três bilhões de usuários ativos mensais, e a primeira edição do Rings Awards celebrará apenas 25 deles.

  • Os prêmios, anunciados em 16 de outubro, abrangerão categorias de conteúdo, incluindo moda, esportes e entretenimento.

  • Os jurados incluem o chefe do Instagram Adam Mosseri, a chefe de parcerias de moda Eva Chen, a estilista inglesa Grace Wales Bonner, o cineasta Spike Lee, a estrela do rúgbi Ilona Maher, o designer Marc Jacobs, a atriz Yara Shahidi, o artista KAWS e muitos outros.

  • Os jurados trabalharam com equipes internas do Instagram para restringir as opções a algo gerenciável, afinal, por onde começar com bilhões de usuários? 

  • Os vencedores receberão presentes físicos e digitais: um anel de ouro criado por Wales Bonner (para o dedo e para a foto de perfil), a possibilidade de personalizar a cor de fundo do perfil e destaque no feed e em seções dedicadas do aplicativo.

  • Essa última vantagem pode ser a maior vitória de todas, especialmente depois que a empresa de marketing Kajabi descobriu que os acordos de marca no aplicativo diminuíram 52% no ano passado.

  • O Bank of America relatou que os patrocínios agora estão focados principalmente nos maiores criadores do jogo.

  • Criadores menos conhecidos que ganharem um anel podem ver seus perfis dispararem de maneiras que mudam suas vidas da noite para o dia.

Por que isso é quente?

O jogo de autoridade está cada dia mais difícil. No início, era o número de seguidores, evoluiu para o engajamento, e agora, premiação?

Sim. Uma vez que as marcas estão pressionadas sobre como e onde alocar investimento, isso também coloca pressão sobre a performance dos criadores.

O Instagram Rings é o reconhecimento oficial de que a economia criativa não é mais o "futuro", é o presente. E, justamente agora que os patrocínios estão despencando, esse movimento se torna importante para voltar a atenção para os criadores.

A escolha do júri também não é acidental: Adam Mosseri ao lado de Spike Lee, Marc Jacobs e KAWS posiciona os criadores digitais no mesmo patamar de ícones culturais estabelecidos. É o Instagram dizendo: “Meus criadores são tão importantes quanto diretores de cinema e designers de moda.”

O "efeito Oscar" aqui pode ser ainda mais poderoso do que no cinema, porque os algoritmos podem amplificar instantaneamente. Um criador premiado não precisa esperar distribuidores comprarem seus próximos projetos, o próprio Instagram vai empurrar seu conteúdo para milhões imediatamente.

Mas há um lado sombrio: ao institucionalizar premiações, o Instagram também está capturando ainda mais os criadores dentro do próprio ecossistema.

Os criadores não constroem uma carreira independente, constroem uma carreira validada pelo Instagram, premiada pelo Instagram, amplificada pelo Instagram. E, claro, sem ganhar nem um centavo a mais por isso.

🤖 IA – ChatGPT vira "loja de aplicativos" e quer que você faça tudo sem sair da conversa

A OpenAI anunciou que está implementando a capacidade de usar aplicativos interativos de terceiros no ChatGPT, basicamente transformando o chatbot em uma central de serviços. O que está rolando?

  • Figma, Coursera, Zillow, Expedia, DoorDash, Booking.com, Spotify, Canva, Instacart, Uber e AllTrails já criaram (ou vão criar em breve) aplicativos dentro do ChatGPT.

  • A OpenAI está dando mais uma chance ao Google com a capacidade de conversar e ativar tarefas com outras plataformas, tudo dentro do ChatGPT.

  • Essencialmente, está estendendo a premissa do prompt para qualquer empresa que se conecte ao sistema.

  • Usuários podem invocar aplicativos em conversa dizendo coisas como: "Figma, transforme este esboço em um diagrama funcional" ou "Coursera, você pode me ensinar algo sobre aprendizado de máquina?"

  • Em demonstração do aplicativo do Zillow, usuários podiam solicitar apartamentos disponíveis na área, exibir interface interativa do app no chat e pedir mais informações sobre cada propriedade ao ChatGPT.

  • Para sites que exigem login, usuários poderão fazer login diretamente no ChatGPT para acessar recursos e também poderão concluir transações (como Expedia ou DoorDash) via Instant Checkout.

  • Qualquer marca poderá criar aplicativos nativos do ChatGPT usando o Protocolo de Contexto de Modelo (MCP) da OpenAI e o novo SDK de Aplicativos.

  • O TechCrunch prevê drama sobre como aplicativos são recomendados pelo chatbot, potencialmente colocando rivais corporativos como DoorDash e Instacart, ou Expedia e Booking.com, numa batalha para gamificar quais prompts os trazem mais à tona.

  • Quando a OpenAI lançar seu próprio dispositivo, o recurso de aplicativos ChatGPT provavelmente formará a base do sistema operacional exclusivo da empresa.

Por que isso é quente?

A OpenAI não está só criando um chatbot melhor, sinto que estamos presenciando a jogada Blockbuster vs Netflix outra vez. Isso é tão ambicioso que pode redefinir completamente como interagimos com a tecnologia.

Pensa bem: em vez de você abrir 15 apps diferentes para fazer 15 coisas diferentes, agora você conversa com um único sistema que aciona todos eles. É o fim da navegação por interfaces e o começo da era do "comando por conversa".

Isso coloca a OpenAI numa posição absurdamente poderosa: ela vira o porteiro de todo o comércio digital. Toda transação que passa pelo ChatGPT significa dados, comportamento do usuário e, eventualmente, comissões.

A competição entre apps rivais dentro do ChatGPT vai ser brutal. Quando você pedir "quero pedir comida", qual app vai aparecer primeiro, DoorDash, Instacart ou Uber Eats? Quem decide? O algoritmo da OpenAI. Isso transforma a empresa numa espécie de Google Search dos super apps, onde estar na primeira "recomendação" vale milhões.

Marcas terão que aprender uma nova linguagem: otimização para prompts conversacionais em vez de SEO tradicional. Não adianta mais ter o melhor site se o ChatGPT nunca sugere seu serviço. É uma mudança tão grande quanto foi a transição de páginas amarelas para Google, só em uma velocidade 10x maior.

Para empresas, isso significa uma escolha difícil: ou você constrói presença nativa dentro do ChatGPT e aceita que a OpenAI vai intermediar (e monetizar) sua relação com clientes, ou você fica de fora e arrisca se tornar invisível para uma geração que não vai mais "navegar" pela internet, vai apenas conversar com ela.

🔥 O que andou aquecendo por aí:

Anthropic: abriu uma loja em Nova York, com café de graça, tote bag, livro barato e um boné com a palavra "thinking", provocando a reflexão sobre usar a IA como aliada e não como substituta.

OpenAI: na news passada botou pra quebrar com o Sora. Porém, a WME, uma das maiores agências que representam artistas e atores, avisou que tiraria todos os seus clientes do mercado da OpenAI por questões de direitos autorais. Rapidinho, a OpenAI prometeu ser mais rígida no controle e propôs um modelo de compartilhamento de receita.

China: acaba de lançar seu primeiro visto de talento para atrair trabalhadores estrangeiros, enquanto os EUA reprimem o visto H-1B. (Vem aí “chinês intermediário” no currículo).

Claude: o chatbot queridinho pela escrita agora é capaz de programar por 30 horas sem intervenção humana. (a claudinha está melhor que o gepeto)

Mercado Livre: anunciou o lançamento do Mercado Livre Negócios, uma nova unidade B2B onde empresas compram e vendem entre si, concorrendo com Alibaba e Amazon Business.

Caso você seja novo (a): 

Minha missão é reduzir o barulho gerado pelo excesso de informação, engajando na criação de um ambiente mais criativo por meio da curadoria e criação de conteúdo de valor.

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