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Odete Roitman: como as marcas aproveitaram esse fenômeno cultural
Na edição 141o Edição da Gossip Marketing: Odete Roitman gera assunto para as marcas, Nubank lança NuCel, Netflix se une ao Spotify e muito mais...
Olá, humano! Onde você costuma descobrir novos podcasts? E como decide se vale a pena ouvir? A Andressa Bueno, minha amiga e futura jornalista, lançou o IndicaPod, um quadro semanal em que, toda segunda-feira, ela compartilha no LinkedIn uma recomendação de podcast acompanhada da sua opinião pessoal sobre o tema. Mas cuidado, você pode sair biruleibes das ideias igual ela. Bora pra mais uma edição?
Ps: Até o fechamento desta edição, o Canva, plataforma usada para formatar todas as imagens, estava fora do ar, e por esse motivo, esta edição não vai constar imagens.
Resumo para preguiçosos:
Odete Roitman promove atenção para as marcas
Nubank resgata Karol Conká para lançamento da NuCel
Netflix se une ao Spotify para podcasts em vídeos
📺 Marcas – Odete Roitman: como as marcas aproveitaram esse fenômeno cultural
A morte de Odete Roitman no remake de Vale Tudo parou o país e se tornou aquilo que a televisão não faz mais: um acontecimento coletivo genuíno. E claro que um evento como esse não poderia passar despercebido pelas marcas. O que rolou?
O capítulo final da vilã interpretada por Débora Bloch registrou 30 pontos de Ibope na Grande São Paulo, o melhor resultado da história da novela até agora.
A novela acumulou 3,93 milhões de pesquisas no Google desde o lançamento, com 1,52 milhão apenas na semana de estreia, em abril de 2025.
As buscas mais recorrentes incluem resumos de capítulos, elenco e personagens como Raquel, Maria de Fátima e, principalmente, Odete Roitman.
Nas redes sociais, o sentimento do público está equilibrado entre menções positivas (44%) e negativas/neutras (33% cada), mas o ponto central é o volume massivo de conversas.
A Globo fechou mais de 20 contratos com marcas apenas para os intervalos de Vale Tudo. Aqui está o que algumas marcas fizeram:
Dove fez product placement estratégico com a linha capilar Dove Bond Intense Repair (shampoo, condicionador, máscara, leave-in e óleo bifásico), exibida através da personagem Solange Duprat (Alice Wegmann).
Coral (tintas da AkzoNobel) fez merchandising da Garantia Coral, permitindo a troca do produto premium caso o consumidor não gostasse da cor.
Subway lançou um filme com Débora Bloch saboreando um sanduíche de 30 cm com a copy bem-humorada: “Com um Sub de 30, quem morre é a sua fome.”
Santander apostou em uma ação inédita com o filme “Vá Direto aos Pontos”, premiando telespectadores atentos com 1 mil pontos Esfera (10 milhões distribuídos no total).
OMO ciclo rápido fez uma ação crossmedia no Instagram: após o último capítulo, o assassino(a) de Odete se pronunciou.
iFood levou Taís Araújo (Raquel) para além da novela em um comercial exibido no penúltimo capítulo, reforçando que o restaurante Paladar agora está no app.
Vale lembrar que, nos anos 1980, o publicitário Washington Olivetto também usou a novela como gancho para uma propaganda: na véspera do assassinato da primeira Odete (Beatriz Segall), publicou uma peça com a copy “Nunca se sabe o dia de amanhã. Faça seguro.”
Por que isso é quente?
À medida que o mercado se fragmenta, eventos coletivos como esse tendem a ganhar cada vez mais atenção, tanto do público quanto das marcas.
Mas é importante reconhecer: o efeito que a Globo alcançou é extremamente raro e difícil de replicar.
O sucesso de Vale Tudo revela um movimento de volta ao passado como estratégia de conexão emocional.
Assim como Hollywood vem recorrendo à nostalgia para evitar grandes fracassos, emissoras e plataformas de streaming estão revisitando obras que já fazem parte do imaginário coletivo.
A própria Globo, que antes apenas reprisava novelas no Vale a Pena Ver de Novo, agora aposta em remakes de seus maiores sucessos.
E isso funciona especialmente bem quando se resgata uma personagem como Odete Roitman com frases cortantes, ironia viralizável e elegância misturada com desprezo.
Exatamente o tipo de personalidade que as marcas procuram hoje para se associarem a conversas que combinam impacto, identificação e compartilhamento.
🔥Marcas – Nubank cria “Casa do Cancelamento” com Karol Conká no lançamento da NuCel e zoa as operadoras tradicionais
“Qualquer coisa me bota no paredawn” e foi assim que o Nubank escolheu Karol Conká para o lançamento da NuCel. Mas, em vez do paredão, o banco escolheu uma estrutura de vidro chamada “Casa do Cancelamento”, instalada em um shopping de São Paulo. O que está acontecendo?
O Nubank realizou uma ação de marketing para divulgar a NuCel, sua operadora de telefonia móvel, instalando uma estrutura de vidro chamada “Casa do Cancelamento” no Shopping Metrô Santa Cruz, em São Paulo.
A estrutura de vidro mostra Karol Conká em isolamento simbólico, representando a dificuldade de “cancelar” contratos com operadoras convencionais.
A experiência marca o fim de um ciclo de aprisionamento contratual e o início de um novo, com a NuCel prometendo um modelo de relacionamento direto e digital.
A ação foi criada pelo time interno de marketing do Nubank em parceria com a agência Tastemakers.
Inclui um filme com inserções em TV aberta e redes sociais.
A NuCel nasceu com o mesmo propósito do Nubank: “devolver o controle às pessoas”, segundo Isabela Abbês, diretora de marketing do banco.
A proposta é oferecer planos contratados integralmente pelo app, sem fidelidade e com atendimento próprio.
A operadora oferece eSIM e agora também chip físico com envio gratuito.
Inclui ainda a funcionalidade “Reserva de GB”, que permite armazenar dados não utilizados para usar depois.
O posicionamento se conecta diretamente com experiências comuns aos consumidores de telefonia: contratos presos, atendimento ruim e dificuldade para cancelar.
Por que isso é quente?
A escolha da Karol Conká para protagonizar a campanha do Nubank talvez seja um novo horizonte para o cancelamento digital.
Essa estratégia de “cancelamento” já havia sido usada por marcas anteriormente. Um exemplo é o caso da Hoteis.com, que, logo após a saída de Projota do BBB, aproveitou o momento para comunicar que o cancelamento de reservas no site era gratuito.
Acredito que mais influenciadores possam ter uma “segunda chance” se o cancelamento digital passar a ser usado de forma didática, ilustrando cancelamentos de produtos e serviços. Mas isso também vai exigir do público um repertório cultural para participar da conversa.
Com o lançamento da NuCel, o Nubank desembarca em outro segmento burocrático e com baixa fragmentação, um movimento que outras empresas já tentaram, mas sem conquistar grandes fatias de mercado, como foi o caso dos Correios e até mesmo da linha da Larissa Manoela, a LariCel.
Não é um desafio impossível, considerando que o mercado de banda larga fixa, antes concentrado nas mãos de grandes marcas, foi gradualmente fragmentado por empresas regionais que souberam conquistar o consumidor.
Se o Nubank seguir por esse caminho de eliminar burocracias em outros segmentos, já dá pra imaginar o que vem aí: NuContabilidade para contas PJ, NuSaúde e por aí vai.
🎧 Streaming – Netflix aperta a mão do Spotify para concorrer no universo dos podcasts em vídeo
O Spotify acaba de confirmar possíveis futuros para a Netflix: hospedagem de vídeos. O que está acontecendo?
O Spotify fez um acordo com a Netflix para distribuir podcasts em vídeo de alguns dos seus principais programas dentro da plataforma de streaming.
A partir de 2026 nos EUA (com outros mercados a seguir), 16 programas do Spotify Studios e The Ringer vão estrear na Netflix, incluindo The Bill Simmons Podcast, The Ringer Fantasy Football Show, The Rewatchables e Conspiracy Theories.
O Spotify vai remover esses programas do YouTube, apesar de acumularem centenas de milhões de visualizações por lá.
Foi-se o tempo em que a Netflix era líder isolada do mercado de streaming. Desde que o YouTube assumiu esse posto, a gigante passou a competir não apenas com Disney+, HBO Max ou outros serviços tradicionais de vídeo sob demanda, mas também com plataformas sociais e criadores independentes.
Embora o acordo não tenha sido divulgado, ele provavelmente inclui um pagamento considerável da Netflix para compensar o Spotify pela perda de receita publicitária e audiência no YouTube.
Segundo o Spotify, os podcasts em vídeo estão crescendo 50% ao ano, enquanto a Cumulus Media descobriu que 72% dos ouvintes preferem programas com vídeo.
Depois que Joe Rogan retornou ao YouTube após o fim da exclusividade com o Spotify em busca de maior alcance, agora a parceria com a Netflix parece mirar o mesmo efeito.
Por que isso é quente?
A Netflix, nos últimos dois anos, tem rebolado para se manter relevante. Isso inclui investir em programas nichados internacionalmente, programação ao vivo de esportes, comédia e se transformar, basicamente, em uma nova TV a cabo.
Agora, com a parceria com o Spotify para hospedar os vídeos dos principais podcasts, eu tenho um certo ceticismo sobre como isso pode funcionar para ambas as partes.
O Spotify vai abrir mão de milhões de visualizações no YouTube e, consequentemente, da receita publicitária que vem de lá. Isso me leva a pensar que o acordo com a Netflix foi no mínimo tão lucrativo quanto, ou até mais, do que o que já existia.
Pensando no consumo de podcasts, eles geralmente são reproduzidos na TV ou em outros dispositivos enquanto os usuários realizam outras tarefas.
Na TV, a maior audiência já é do YouTube. E durante multitarefas, o vídeo não é exatamente necessário na maioria das vezes.
E se pensarmos no consumo de dados móveis, dificilmente a Netflix será a primeira escolha para assistir a vídeos, já que o app consome bastante internet. Sem falar na barreira da assinatura.
Já para a Netflix, se o objetivo é concorrer com o YouTube, isso me faz pensar que ela pode começar a hospedar vídeos de outros formatos, não só podcasts, mas qualquer tipo de conteúdo que atraia público, como um marketplace de licenciamento de vídeos.
Seja como for, eles vão precisar de sorte.
🔥 O que andou aquecendo por aí:
Azul: a companhia aérea lançou uma campanha em painéis digitais no Rio de Janeiro e em São Paulo. A ação mistura dados meteorológicos em lugares onde o "céu do Brasil é azul", conectando com seu atual slogan. (a publicidade dos tempos áureos está de volta?)
Google Meet: está lançando um recurso de maquiagem com IA, ideal para quando você acorda atrasado(a) para a próxima reunião.
OpenAI: anunciou que adultos (+18) poderão utilizar o ChatGPT para conversas calientes até o final do ano. (a pornografia não estava sendo suficiente?)
Huggies: lançou uma campanha para incentivar pais a conceber um bebê em outubro de 2025, para que a licença parental fique alinhada com os meses de jogos da Copa do Mundo de 2026. (com a taxa de natalidade atual, eles vão ter que criar mais eventos propícios para uma gestação)
Graphite: empresa de SEO que realizou um estudo e descobriu que cerca de 52% dos artigos publicados entre 2020 e 2025 são parcial ou totalmente gerados por IA. Um estudo da Europol, em 2022, previu que esse número chegaria a 90% neste ano. (por enquanto, os venenos escritos por aqui ainda são pelas minhas próprias “mões”)
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