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Como as marcas devem se posicionar nas redes sociais durante uma crise nacional?
Na edição 81o da Gossip Marketing: Como posicionar a marca em uma crise nacional? Monetizando memes, Inflação vs lealdade à marca e muito mais...
Olá, humano! Graças a convivência com meus conterrâneos Gen Z e seus comportamentos, me rendi a pesquisa do TIkTok. Por um motivo simples: o Google não conseguiu atender a minha solicitação. Essa música tem um gingado muito bom. Bora pra mais uma news.
Resumo para preguiçosos:
Como posicionar a marca em uma crise nacional?
Monetizando memes
Inflação vs lealdade à marca
⚠ Marcas — Como as marcas devem se posicionar nas redes sociais durante uma crise nacional?
Desde o 1º dia de maio, o Rio Grande do Sul decretou calamidade pública. Um evento como este atinge o sentimento do país como um todo. E claro, a internet. Diante de uma tragédia, qual é o papel da marca e dos criadores nas redes sociais? Vamos acompanhar:
Promoção de ações: marcas como Coca-Cola, Ambev, Itaú, Latam, Cimed, iFood, JBS entre outras, divulgaram o que já estavam fazendo pelo estado, desde doações milionárias até a disponibilização de avião para transportar itens de doação.
Coleta de doações: marcas como Mercado Pago, BRF, Sicredi, Safra, Claro, CVC, Gol entre outras, divulgaram suas ações e se posicionaram como postos de coleta de doações, seja para receber pix ou itens de necessidade.
Caso Bettina: em meio às movimentações de doações, Bettina Rudolph (você lembrará dela pela Empiricus), publicou em seu Instagram "não doe ao RS antes de ver esse post". Após repercussão negativa, a postagem foi apagada e substituída por outra com a frase "esse post não é uma estratégia de marketing". O post anunciava uma campanha de venda dos seus cursos pelo valor de R$ 197, com 100% do valor revertido para doações ao RS. A empresária arrecadou R$ 3.470.783,63 em vendas para 18.152 pessoas.
Após a ação de Bettina, diversos criadores que trabalham com cursos online ofereceram seus cursos por um valor mais acessível, com 100% do dinheiro revertido para doações.
Por que isso é quente?
Na semana da tragédia, recebi de uma marca uma sugestão de publicação para explicar como ficaria a economia do país diante da situação no RS. Como resposta, informei que o momento era sensível para uma publicação como essa, e que posteriormente poderia ser feito de outra forma.
Tudo depende do tom, e falar sobre economia, definitivamente, não era de bom tom no momento.
O que Bettina fez foi arriscado, mas ainda assim, ela estava navegando na única linha editorial possível para as redes sociais naquele momento: como você pode ajudar?
O especialista em redes sociais, Jack Appleby, comentou sobre o posicionamento das marcas em tempos de crise nacional.
Segundo ele, se há dúvida sobre a marca permanecer em silêncio, então ela realmente deveria.
"Eu prometo a você, seu conteúdo não é tão importante a ponto de precisar ser publicado naquele dia. Não importa se você está lançando uma campanha importante na qual trabalhou durante anos. Clique em pausar."
E faz sentido, como ele diz, por que você desejaria lançar uma campanha ou publicar algo quando o sentimento geral é de tristeza?

Pepe the frog por grupos de direita, reprodução politico
🤑 Estratégia — Memetech: Como os memes estão se tornando a próxima onda financeira?
Há duas formas de se comunicar na internet: utilizando palavras (chato) e, como gente normal, utilizando memes, claro. Um cara chamado Alex Taub, empresário da Truth Arts, está propondo monetizar essa forma divertida de comunicação. Como assim?
Se existe fintech, proptech, adtech, por que não memetech? Segundo ele, os memes serão a próxima grande onda financeira.
Quando você deseja um meme, qual é o primeiro passo? Pesquisar no Google? Algumas vezes o resultado é certeiro, outras vezes não.
Por mais de uma década, a forma como organizamos e compartilhamos memes não mudou. Em 2009, eram pastas no Tumblr, hoje é uma multidão de prints na galeria do celular.
Existem até algumas empresas que se propõem a catalogar memes, como Giphy (comprada pelo Facebook e fechada para o Shutterstock), OG, Know Your Meme, Cheezburger, mas ainda assim, são empresas de mídia.
Pensando em toda essa logística, ele lançou o Meme Depot. O site funciona como subreddits, com um visual semelhante ao Pinterest. Por meio de coleções, você pode buscar o nome de uma celebridade e encontrar todos os memes relacionados a ela.
Para monetizar, ele lançou o recurso Meme Party, que transforma categorias específicas de memes em comunidades. Utilizando criptomoedas, os usuários compram passes para participar de um chat temporário.
Os titulares de passes antecipados de uma coleção de memes recebem um pouco de dinheiro à medida que mais pessoas aderem.
Ai ai, esse capitalismo. Se essa ideia de monetizar memes for para frente, podemos dizer que o Brasil é o país com maior potencial financeiro, certo?
Por que isso é quente?
A capacidade de monetizar memes está na mesma causa raiz de tudo que habita na internet: há muito conteúdo desorganizado e eu vou te cobrar para organizar. Curadoria, minha gente. Eu digo que esse negócio vale dinheiro.
Conforme os memes viram dinheiro, algumas perguntas começarão a ser levantadas, como: quem é o autor do meme? Quem cria ou quem está presente no meme?
Quando os NFTs explodiram em 2021, esse mesmo debate foi colocado em pauta. A conclusão é que, quando uma imagem está tão distante de sua origem, ela pertence mais ao público do que ao criador original.
Pepe the Frog, um desenho animado inocente, evoluiu para um símbolo da direita alternativa. São exemplos como esse que explicam por que alguém iria decidir pagar para participar de uma comunidade.
“As pessoas podem monetizar a comunidade em torno do meme sem monetizar o meme em si”, disse Taub.
Quando questionado "por que memes?", Taub respondeu: "Memes são cultura e cultura é entretenimento."
💔 Marcas — A inflação reduz o amor e a lealdade às marcas?
Sempre que me convidam para um lugar caro, brinco perguntando se será o supermercado. Essa piada reflete uma realidade séria: as marcas estão percebendo que o poder de compra está diminuindo. Isso tem gerado uma intensa guerra de preços, onde as marcas próprias dos supermercados estão se tornando cada vez mais competitivas. Mas será que elas realmente podem ganhar essa batalha?
Os consumidores, tanto norte-americanos quanto sul-americanos, estão tentando diversas táticas para reduzir seus gastos com alimentação: comer menos fora, comprar menos produtos de mercearia e abandonar marcas famosas.
Nos EUA, as marcas nacionais ainda representam 78% das vendas totais de alimentos e bebidas, segundo dados da empresa de pesquisa Circana.
No entanto, varejistas como TreeHouse Foods, Walmart e Kroger estão ganhando terreno, aumentando a pressão sobre as grandes empresas alimentares que elevaram seus preços.
Na pandemia, com o dinheiro oferecido pelo Estado, os consumidores aumentaram o consumo de marcas nacionais a níveis recordes. Agora, diante da pressão econômica, estão retornando para marcas nacionais.
Segundo a Food Industry Association, 65% dos consumidores preferem marcas próprias em vez de marcas nacionais devido ao preço mais baixo das marcas próprias.
As varejistas estão investindo em melhorar seus produtos, marketing e design, pois as marcas próprias não só atraem mais tráfego, mas também têm o objetivo de não apenas imitar, mas vencer as marcas famosas.
Entre as categorias que mais geram mudanças para marcas próprias estão massas, rações para animais de estimação e condimentos.
Apesar do aumento no consumo de marcas próprias, banqueiros e especialistas da indústria alimentar afirmam que os americanos são leais às marcas famosas e que é difícil desfazer a influência de anos de investimento em marketing.
Por que isso é quente?
No Brasil, o cenário não é muito diferente. De acordo com um levantamento da NielsenIQ, 44% dos consumidores brasileiros veem as marcas próprias como uma boa relação entre qualidade e preço, sendo que 40% afirmam que são uma boa substituição aos fabricantes mais conhecidos.
Segundo uma avaliação da Kantar, a lealdade às marcas é afetada quando há pressão inflacionária.
Isso foi algo sobre o qual sempre me questionei quando estive em uma empresa de branding participando da criação de marcas. Um bom branding pode realmente gerar desejo se tudo que uma pessoa tem é o dinheiro para o básico?
Bom, respondendo à minha pergunta, acredito que os consumidores sempre vão desejar alta qualidade e status, mas entre isso e sobreviver, a resposta é óbvia.
O que muitas marcas famosas têm feito é reduzir a quantidade ou o tamanho do produto para manter o preço. Se os consumidores perceberem que isso é uma tática de lucro e não um combate à inflação, então sim, é possível que as marcas próprias ganhem espaço.
🔥 O que andou aquecendo por aí:
TikTok: lançou uma plataforma robusta para que os criadores possam analisar suas contas e o desempenho do conteúdo, de forma semelhante ao analytics do YouTube. Além da análise, os criadores também poderão agendar conteúdo por meio dessa plataforma.
YouTube: está lançando carimbos de data e hora com cifrões amarelos em vídeos desmonetizados para mostrar aos criadores exatamente quais partes de um vídeo violam as diretrizes de conteúdo.
PayPal: está desenvolvendo uma plataforma de anúncios baseada nas informações e hábitos de compra dos usuários.
Instagram: está testando um recurso que permite aos usuários ativar nas configurações a opção de experimentar novos recursos no aplicativo.
Claude: o chatbot da Anthropic e concorrente do ChatGPT, está introduzindo funcionalidades que permitem aos chatbots realizar tarefas específicas, como responder e-mails ou procurar ofertas online.
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