R.I.P Twitter (X): Qual o futuro da rede?

Na edição 93o da Gossip Marketing: Fim do Twitter, hopecore, marcas aderindo recatada e muito mais...

Olá, humano! É realmente difícil manter essa news consistentemente na segunda. Hora por falta de organização, hora por cansaço mental. Estou lutando contra ambos para me manter por aqui. A música da minha semana é essa daqui. Bora pra mais uma edição?

Resumo para preguiçosos:

  • Qual o futuro do Twitter?

  • Por que a internet ama o pessimismo?

  • Por que a internet ama ter um vocabulário exclusivo?

🚫 Redes sociais - R.I.P Twitter (X): Qual o futuro da rede?

Elon Musk está cada vez mais próximo da previsão que fiz para sua rede social: tornar-se um segundo OnlyFans. Só assim para financiar as patacoadas que ele vem aprontando. O que aconteceu?

  • No dia 17 de agosto, Musk fechou o escritório do X no Brasil. A decisão foi tomada após Alexandre de Moraes solicitar que a plataforma bloqueasse perfis investigados em inquéritos no STF, com possibilidade de multa em caso de descumprimento.

  • Como a missão do X era não deitar para ninguém nem nada que representasse censura, a opção viável foi encerrar as atividades. Sem uma sede física e um representante legal para responder pela plataforma, Alexandre deu o prazo de 24 horas para cumprir as exigências ou bloquear a rede, com multa de R$ 50 mil para usuários que utilizassem VPN. 

  • Como Musk escolheu não cumprir, o bloqueio foi efetivado. Segundo Alexandre, a gestão de Elon Musk no Twitter promove um ambiente de discursos extremistas e incentiva a ideia de uma terra sem lei.

Por que isso é quente?

E agora? O que será da massa desordenada e pessimista do Twitter? Eles migrarão para o Threads? Bluesky? E os anunciantes? E as pessoas que pagaram pelo selo azul?

Essas respostas são tão imprevisíveis quanto a gestão de Musk. Mas vou tentar elaborar algo lógico aqui.

Na sua recente atualização, o Bluesky alterou o algoritmo para dar mais controle aos usuários sobre o conteúdo que veem. A ideia da rede é criar um ambiente "antitoxicidade", contrapondo-se ao X. Será que com a migração dos brasileiros e a necessidade de atrair mais usuários, essa postura será mantida?

O Threads, por sua vez, é um caso quase semelhante. No Brasil, a rede se assemelha a um Facebook para pessoas 30 mais em busca de relacionamento. O fato de o @ estar conectado ao perfil do Instagram limita a expressividade que o X permitia por meio do anonimato.

De duas, uma: ou essas redes serão contaminadas pelo pessimismo do Twitter, ou a multa de VPN vai correr solta por aí.

Quem mais perde nessa história é o próprio Elon Musk. Com o Brasil sendo seu segundo maior mercado, se a decisão for definitiva, haverá estornos ou cancelamentos das assinaturas do selo azul, e os anunciantes provavelmente irão dobrar o investimento em qualquer uma das redes onde já atuam.

[Imagens: Istvan/Adobe Stock, andreusK/Adobe Stock]

🤐 Tendência - Hopecore: Como a tendência otimista se transformou em ironia e sarcasmo

A internet parece ter algum tipo de alergia ao otimismo. Uma tendência iniciada com base na esperança foi cooptada pela ironia e pessimismo. O que aconteceu?

  • Hopecore: são vídeos marcados no TikTok com uma # para sinalizar conteúdos que trazem bom humor e otimismo, como pessoas ficando noivas, soldados voltando para casa e crianças sendo adoráveis. 

  • A tendência, que começou em fevereiro, foi recentemente transformada em vídeos que mostram e ironicamente romantizam a dor. 

  • Esses vídeos exageram na positividade, mostrando uma estética com golfinhos ao estilo Lisa Frank, trilha sonora da Zara Larsson com a música "Symphony" e legendas na tela como "Eu dei um bolo no meu terapeuta" ou "Eu posso ter uma obsessão doentia por Coca Zero". Até a campanha de Kamala Harris aderiu, utilizando o texto "O projeto 2025 de Donald Trump é uma ameaça à nossa democracia". 

  • No Brasil, a tendência já chegou sem esperança. Os mesmos golfinhos são utilizados em posts que expressam verdades compartilhadas, ironia e alfinetadas.

Por que isso é quente?

Não é surpresa que uma rede social comece com otimismo e termine em ironia e pessimismo. O Twitter é o exemplo máximo de como o ser humano pode transformar não só alguns posts, mas toda uma rede social em um espaço de pessimismo contínuo.

Uma pesquisa realizada pela YouGov em 2022 descobriu que o uso intenso de mídias sociais está diretamente relacionado ao pessimismo. É difícil acreditar em um amanhã melhor quando a internet está constantemente convencendo uns aos outros de que o mundo está desabando.

As opiniões negativas são ampliadas pelas redes sociais como nunca antes. Mas, quando se trata de marcas, as pessoas ainda querem ver otimismo.

Dois anúncios apresentados nas Olimpíadas mostram esse contraste: o vídeo da Nike, que foi rechaçado pela internet, e o vídeo da Coca-Cola, celebrando o mais puro "suco" da felicidade.

😬 Tendência - Recatado, consciente e fofo. Por que a internet ama ter um vocabulário exclusivo?

Além do pessimismo, outra característica marcante da internet é o gosto por criar e popularizar um vocabulário próprio. Não é incomum ver termos virais que fazem sentido apenas no mundo virtual. Vamos entender:

  • Jools Lebron é a responsável por popularizar os termos "demure" (recatado), "mindful" (consciente) e "cutesy" (fofo). 

  • Lebron conciliava a vida de caixa de supermercado com a de influenciadora no TikTok, até que um dia gravou um vídeo descrevendo seu estilo de roupa e maquiagem como "muito recatado e muito consciente" para o ambiente de trabalho. Isso desencadeou um movimento de marketing entre marcas que queriam aderir à moda do termo "recatado".

  • O vídeo que Lebron postou inicialmente em 5 de agosto, mostrando seu delineador discreto e as tranças que contornavam seu rosto, acumulou mais de 45 milhões de visualizações. No TikTok, a hashtag "#demure" foi utilizada em mais de 400.000 publicações, segundo dados da plataforma.

  • Com o sucesso repentino, diversas marcas entraram na onda do termo para ganhar um pouco dessa atenção. Desde o Tinder, que começou a promover qualidades "conscientes, fofas e recatadas" em parceiros românticos, até grandes nomes como Dunkin Donuts, Casa Branca, Netflix e Kim Kardashian, todos se apropriaram do vocabulário para se descreverem.

  • Se você se perguntar o que esses termos realmente significam, a resposta pode ser um pouco vaga. Assim como a internet populariza essas palavras, ela também não se preocupa em definir claramente seus significados. Cabe a cada pessoa interpretar o termo pelo contexto em que é usado.

Por que isso é quente?

Hoje, com tantos criadores produzindo conteúdo, a viralização tornou-se mais difícil. Quando algo parece genuíno e saudável, seja para expressar ou compartilhar em todas as redes, marcas e criadores fazem de tudo para aproveitar esse momento.

No entanto, quando as marcas começam a repetir um termo viral constantemente, o excesso pode fazer com que errem o tom. Participar de uma conversa de forma forçada e desesperada pode acabar sendo um tiro que sai pela culatra.

A velocidade da viralidade atual também não dá tempo para os criadores pensarem e planejarem suas estratégias. Aparecer em uma publicidade, participar de um talk show, ou conceder uma entrevista em podcast — tudo isso foi comprimido para um ciclo de 48 horas.

Por isso, o ideal na produção de conteúdo é preparar o terreno antes de tentar surfar a onda da viralidade. Nunca se sabe quando alguém pode olhar e pensar: "E se a gente começasse a usar isso como nosso próprio dialeto a partir de agora?"

🔥 O que andou aquecendo por aí:

Meta: está planejando encerrar o Spark Studio, o que significa dar adeus aos filtros de criadores no Instagram a partir de 2025. A partir de então, a plataforma manterá apenas os filtros desenvolvidos por ela mesma.

Telegram: o CEO da plataforma, Pavel Durov, foi preso pelas autoridades francesas por supostamente não impedir atividades criminosas ocorrendo dentro do aplicativo.

Instagram: agora permite que os usuários adicionem colaboradores em postagens antigas (finalmente!).

Zoom: aumentou o limite de espectadores simultâneos para 1 milhão, tornando-se uma plataforma ainda mais robusta para eventos virtuais de grande escala.

LinkedIn: as páginas de empresas na plataforma agora podem ser verificadas oficialmente, garantindo maior autenticidade e confiabilidade nas interações corporativas.

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