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Por que a internet enlouqueceu com o morango do amor?
Na edição 129o da Gossip Marketing: Morango do amor, jornada de trabalho de 72h, Uno como experiência social e muito mais...
Olá, humano! A Apple fez algo genial: eles criaram uma apresentação para estudantes convencerem seus pais a comprarem um notebook. E você também pode usar essa apresentação para adaptar para sua empresa sempre que seu cliente falar que precisa convencer o decisor. Genial né? A música dessa semana é um crime ter só um 1min. Bora pra mais uma edição?
Resumo para preguiçosos:
A moda do morango do amor
Jornada de 72h no Vale do Silício
Uno vai se tornar uma experiência social
🍓 Trend – Por que a internet enlouqueceu com o morango do amor?
Finalmente descobriram que a maçã é uma péssima combinação com o amor. Desde o Éden tentam empurrar essa fruta goela abaixo. Brincadeiras à parte, o tal do morango do amor deu o que falar, hein. Como tudo isso começou?
A origem de quem engatilhou a febre do morango do amor ainda é desconhecida, mas não é de hoje que essa combinação existe. 2025 ficou apenas com o papel de revelá-la (boatos dizem que foi um chef, mas não encontrei as fontes).
Desde 2020, a confeitaria Camilla Piñón, em Salvador, produz o doce e o batizou de "Morango Baiano", inspirado nas balas de coco.
Além dela, a confeitaria Priscilla Diniz popularizou o doce em 2023, ajudando a disseminar a delícia na vitrine.
Os morangos do amor são vendidos entre R$ 10 e R$ 25 reais cada e, devido ao hype, o morango teve um aumento de 60%, o que ocasionou falta tanto da fruta quanto de ingredientes como o corante vermelho.
A febre atual rendeu alguns bons números, como:
Nos últimos 7 dias, o termo "receita morango do amor" teve mais de 200 mil buscas no Google;
A #morangodoamor no TikTok já acumula 129,3 mil de publicações;
No YouTube, vídeos com apenas um dia somam mais de 65 mil visualizações;
E há vídeos com mais de 9 milhões de views na internet;
Docerias relatam filas, com 150 a 220 unidades vendidas em apenas 24h (a nova Páscoa?);
Os vídeos vão desde receitas, reações e até memes;
A moda ainda ganhou novos formatos, como o morangujá e recheios com brigadeiro, doce de leite e coco ralado, Nutella, entre outros.
Por que isso é quente?
Sinto que estou atrasada falando desse hype quase superado, mas acabei de finalizar mais um módulo da pós sobre consumo e senti que cabia mais uma singela contribuição sobre o assunto.
A popularidade explosiva do morango do amor não é apenas uma questão de gosto ou moda. Ela é um estudo de caso fascinante de como vieses cognitivos e princípios do neuromarketing operam no comportamento do consumidor.
O morango do amor se beneficiou imensamente do viés da confirmação e da prova social. Nosso cérebro é programado para seguir a multidão. Se algo é popular entre nossos pares (amigos, influenciadores, pessoas “normais”), inconscientemente presumimos que deve ser bom e digno da nossa atenção.
Cada novo vídeo ou postagem positiva que encontramos reforça nossa percepção inicial de que "isso é algo que eu deveria experimentar", desencadeando o medo de estar perdendo uma experiência social ou gastronômica relevante.
Nossos olhos são a primeira porta de entrada para a experiência. A camada de caramelo translúcida e o vermelho vibrante do morango são altamente estimulantes visualmente.
Alimentos percebidos como “bonitos” ativam regiões de recompensa no cérebro antes mesmo de serem provados.
Essa percepção visual de beleza eleva as expectativas sobre o sabor e a experiência geral, fazendo com que o doce pareça ainda mais delicioso.
A maçã do amor já é um doce familiar, associado a momentos felizes de infância e festas. O morango do amor se ancora nessa memória afetiva positiva, herdando parte dessa sensação de alegria e nostalgia, tornando-o imediatamente atraente e familiar, mas com uma novidade que o torna excitante.
O hype do morango do amor é um testemunho da poderosa interação entre o apelo visual, o prazer sensorial e a dinâmica social impulsionada pelos vieses cognitivos.
Que é gostoso a gente já sabe (eu tive que provar). Agora é só normalizar a inflação pra incluirmos no calendário junino, ou melhor, do ano inteiro.
🤖 Tendência – Vale do Silício quer implementar jornada de trabalho de 72 horas
Creio que, quando a IA vier para pegar nossos empregos, ela não vai encontrar em nós resistência. Isso porque, antes de ela chegar, o trabalho já vai ter acabado com a gente. O que rolou?
Desde que as pressões econômicas estão se impondo sobre o Vale do Silício e a busca por resultados financeiros aumenta cada vez mais, o mundo está perto de descobrir que a região que um dia foi comparada a um playground, nos últimos dias, não está nada diferente de um regime semiaberto.
Em edições anteriores, eu trouxe revelações de que a era dos mimos corporativos estava chegando ao fim. Mas agora até a jornada de descanso está correndo risco.
Empresas de tecnologia, especialmente as do setor de IA, estão adotando jornadas de 72 horas semanais, com expediente das 9h às 21h, seis dias por semana. Sim, um retorno ao ritmo frenético que ficou famoso pelas big techs chinesas.
Algumas startups estão até filtrando candidatos com base na disposição para encarar esse tipo de rotina.
A Rilla, por exemplo, é uma startup de IA onde quase todos os 80 funcionários já seguem esse ritmo. Para manter o motor funcionando, a empresa oferece café da manhã, almoço e jantar direto no escritório.
A Fella & Delilah, uma empresa de telessaúde, tentou atrair adesão ao modelo oferecendo 25% de aumento no salário e 100% de bônus no patrimônio líquido para quem topasse o esquema 996. Só 10% dos colaboradores aceitaram.
Por que isso é quente?
A guerra fria entre EUA e China está esquentando. E, frente às inovações que a China vem apresentando, isso levou a indústria de tecnologia americana a crer fielmente que os resultados são fruto da cultura de trabalho intensa que eles adotaram no país, especialmente em IA.
Agora o Vale do Silício quer levar os funcionários ao burnout para descobrir se é exatamente isso que gera mais resultados.
Se antes estavam sendo realizados testes para a semana de 4 dias, agora, ter uma semana padrão de 44 horas semanais vai ser considerado um privilégio.
A IA vai afetar os empregos. Se não a ponto de tomá-los, ao menos a ponto de fazê-los perder o sentido. Isso porque a ameaça de substituição já gera instabilidades emocionais, e a demanda por se manter à frente pode causar cobranças danosas à saúde mental dos colaboradores.
O panorama é que parece não haver muitas escolhas. O mercado financeiro cobra resultados, e, bem, o mercado de trabalho não está na mão dos colaboradores, visto que temos um cenário de economia em contração, demissões em massa e expectativas de uma cultura de trabalho extremamente radical.
É possível que, nos próximos anos, os colaboradores implorem para que a IA os substitua.
RIP

🀄 Tendência – Mattel usa carta na manga para tornar o Uno uma experiência social
UNO. Agora vai ser possível gritar essa expressão para além do clubinho dos amigos. A Mattel, dona do Uno, está lançando um novo conceito de experiência para jogar o jogo de cartas em todo o território dos EUA. O que é essa novidade?
Uno Social Club é a nova versão física (e social) do jogo clássico, pensada para bares e clubes em cinco grandes cidades.
Cada local terá um anfitrião oficial da marca, versões temáticas do jogo em formato de torneio, decoração especial e ativações de produtos.
O primeiro Social Club vai rolar no Palms Casino Resort, em Las Vegas, no mesmo ambiente do Blackjack e Texas Hold’em. Sim, UNO tá jogando com os grandões agora.
O jogo não é brincadeira, durante a pandemia, UNO foi o jogo de tabuleiro mais vendido e a Geração Z continua sedenta por experiências fora de casa.
O mercado de jogos de tabuleiro está projetado para crescer de US$ 19,5 bi para US$ 34,1 bi até 2030.
Por que isso é quente?
O que a Mattel está fazendo nada mais é do que responder a futuras demandas de mercado. Algumas começaram na pandemia, e outras estão por se multiplicar de agora pra frente.
A ideia da marca é fazer do Uno mais do que um jogo de cartas, integrando ele como um estilo de vida para conectar jovens na vida real.
Desde o isolamento da Covid e o deslocamento causado pelas redes sociais, as pessoas estão em busca de maneiras de se conectar fisicamente umas com as outras.
Considerando que a Geração Z reduziu significativamente a busca por álcool, o Uno pode ocupar esse lugar de unir as pessoas. Com a redução do álcool, começaram a surgir as coffee parties, que nada mais são do que festas matutinas em cafeterias, visando o público jovem.
Com base no que vem acontecendo, então sim, eventos saudáveis e gamificados como o Uno Social Club podem se tornar a atividade noturna ou matutina preferida.
🔥 O que andou aquecendo por aí:
Coca-Cola: vai lançar uma nova versão com açúcar de cana nos EUA, após Trump pressionar a troca do xarope de milho por açúcar de cana, versão produzida pelo México e importada pelos EUA.
Totvs: anunciou a compra da Linx por R$ 3,05 bilhões. A compra é importante para a empresa fortalecer ainda mais sua presença no varejo. O negócio ainda precisa cumprir algumas burocracias do Cade e outras exigências regulatórias.
Trump: revelou seu "plano de ação de IA", que nada mais é do que a desregulamentação do setor e a aceleração da construção de data centers. (Não é à toa que o Vale do Silício está enlouquecendo)
Instagram: está lançando um conjunto de novos recursos de segurança para proteger crianças de predadores. (Atrasado, mas não falha)
OpenAI: vai lançar no próximo mês seu mais novo modelo, o GPT-5.
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