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"O Agente Secreto" pode trazer o segundo Oscar brasileiro e prova que Hollywood perdeu o monopólio das histórias
Na edição 144o Edição da Gossip Marketing: Provável Oscar por aí, a bolha da IA, F1 como fenômeno cultural e muito mais...
Olá, humano! Cadê a news da semana passada? Olha, foi uma daquelas semanas impossíveis. Nem deu tempo de avisar que ia pular a edição. Essa semana me antecipei para isso não se repetir. Essa semana vou estar em um evento de IA aqui em Goiânia. Algum leitor goiano por aqui? Bora trocar ideia ao vivo!
Resumo para preguiçosos:
O Agente Secreto: vem aí um segundo Oscar?
Segmento de IA está em risco de ruir
F1 como fenômeno cultural
🎬 Entretenimento – "O Agente Secreto" pode trazer o segundo Oscar brasileiro e prova que Hollywood perdeu o monopólio das histórias
Mal acostumamos com o primeiro Oscar brasileiro e já estamos perto de ganhar outro. Sim Brasiiiill!
Se você não é um alienígena, já deve ter visto a internet comentar sobre o novo longa do Kleber Mendonça Filho, "O Agente Secreto".
Ambientado no Brasil de 1977, em pleno regime militar, o longa estrelado por Wagner Moura explora um período definido por conspirações, instabilidade e conflitos ideológicos, além dos segredos alarmantes da Ditadura.
E os números do filme até agora são de impressionar, se liga:
Com estreia em mais de 700 cinemas e um total de 1,4 mil salas pelo país, o longa se tornou o filme nacional com o maior lançamento de 2025 no Brasil.
O filme já atraiu um público total de 340 mil pessoas. Desse montante, 57,4 mil ingressos foram adquiridos em sessões de pré-estreia, enquanto outros 280 mil espectadores assistiram à produção após sua estreia oficial em 6 de novembro.
A ideia do Oscar não está distante: o longa já passou por 50 festivais, nos quais conquistou mais de 20 prêmios. Sendo dois deles no Festival de Cannes 2025.
Wagner Moura já tem o apoio da revista de entretenimento The Hollywood Reporter como favorito ao prêmio de melhor ator. Agora ele só precisa desbancar Timothée Chalamet, Leonardo DiCaprio, Michael B. Jordan e George Clooney.
"O Agente Secreto" já estreou em Portugal e Alemanha. Chega a Nova York em 26/11, Los Angeles em 05/12 e França em 17/12, com lançamentos também garantidos na China, México, Coreia do Sul, Grécia, Índia, Nova Zelândia e Finlândia.
Por que isso é quente?
E pensar que alguns anos atrás, o Brasil não enchia nem os cinemas nacionais, que dirá os internacionais.
O mérito do sucesso internacional desses filmes é 50/50: primeiro porque as narrativas estão explorando mais da história cultural do país e segundo porque a audiência mudou.
O público passou a se interessar mais pelo cinema internacional impulsionado por três fatores principais:
O streaming deu maior visibilidade a produções globais.
Distribuidoras modernas, como Neon, A24 e MUBI, utilizaram estratégias de marketing inovadoras para promover esses filmes.
Além disso, a plataforma Letterboxd tornou-se um formador de opinião inesperadamente influente nas redes sociais.
O fato de a Geração Z utilizar legendas até mesmo para filmes em inglês também contribuiu, eliminando o que antes era uma barreira.
Não é que Hollywood morreu, mas perdeu o trono absoluto. Isso quer dizer que as pessoas querem histórias humanas, não histórias americanas.
Uma audiência que não tem medo de legenda, não estranha sotaque, não rejeita realidades diferentes e está aberta ao novo.
Seja para o cinema ou para o marketing, isso significa que: o mundo ficou menor, o consumidor está mais crítico, as culturas locais estão mais fortes e o mercado precisa ser muito mais sensível e plural.
Agora, a cultura é um produto de exportação.

💣IA – Boom ou bolha? Segmento de IA está em risco de ruir
fffu, fffu, fffu... Explodiu. O mercado de Inteligência Artificial está prestes a se revelar como a galinha dos ovos de ouro ou uma grande e onerosa bolha. O que rolou?
Não é de hoje que eu escrevo que a IA corre sérios riscos de implodir. O ponto é que a gente só consegue descobrir isso depois da explosão.
Uma bolha financeira costuma seguir essas etapas: "o futuro chegou, ebaaaa", "vamos, eu acredito", "todos acreditamos!", "acho que já passou do ponto", "vende tudo e salve-se quem puder".
Pelo andar da carruagem, eu diria que já estamos no estágio da euforia coletiva. E agora o próximo passo é filtrar o joio do trigo.
Eis aqui o grande X da questão: A CoreWeave é uma das empresas que vende o uso de seus data centers para gigantes da IA como Microsoft e OpenAI, no entanto, a empresa pode estar em uma trajetória financeira insustentável e desastrosa.
A empresa do setor de servidores, abriu seu capital em março e já alcançou uma avaliação de mercado de aproximadamente US$ 50 bilhões. Esse valor é resultado de contratos lucrativos que a companhia firmou com a Meta e outras empresas.
O modelo da empresa é captar grandes volumes de dinheiro para construir centros de dados com chips da Nvidia. Depois, ela aluga essa infraestrutura para potenciais concorrentes, como Amazon, Google e Microsoft, e até para a própria Nvidia.
O diferencial da CoreWeave é a sua eficiência no uso de energia para os centros de dados. Contudo, se perder essa vantagem, não terá como competir com gigantes como Amazon e Meta, que dispõem de recursos financeiros muito maiores.
Os principais clientes da empresa são também seus investidores e credores. Isso gera um ciclo de financiamento circular e de alto risco, que está atrelado ao desempenho do mercado de ações em vez da lucratividade operacional.
A CoreWeave assume o risco financeiro de construir a infraestrutura cara - algo que as grandes empresas de tecnologia preferem terceirizar. Em contrapartida, seus clientes desfrutam dos benefícios da computação de IA escalável.
Por que isso é quente?
A CoreWeave é um exemplo de que todo o boom da IA é sustentado por uma dívida enorme. Caso a IA não entregue o que prometeu em curto prazo, essa empresa pode ser a primeira a falir, com o perigo de arrastar o setor inteiro.
A dívida vai crescendo na mesma medida da euforia do mercado, mas o sucesso financeiro da IA pode não vir "rápido o suficiente" para cobrir esses empréstimos. Os investidores podem perder a paciência e começar a cobrar a dívida.
Esse calote em massa abalaria a confiança até mesmo nos pilares do setor, como a Nvidia.
O cenário mais alarmante é o risco de "desencadear uma corrida aos bancos", o que significa que o colapso de um setor de tecnologia poderia se transformar em uma crise financeira generalizada.
Nem preciso dizer que isso devastaria também o setor de marketing, certo?
Uma crise no setor de IA acabaria com as chamadas Martech, startups que prometem soluções de IA (criação de conteúdo, análise de dados, otimização de anúncios),e que acumulam uma promessa de ultrapassar US$ 13 bilhões até o final de 2025 no cenário global.
O mercado é de fato promissor, mas as promessas de ganhos rápidos podem contribuir para uma bolha estourar antes que o segmento consiga se provar relevante.

🏎️ Marcas – Como a Fórmula 1 virou fenômeno cultural e conquistou da Gen Z aos saudosistas
Ao contrário da IA, eis aqui algo que ganhou o coração de muitas pessoas através do longo prazo e de muita consistência. O que a Fórmula 1 fez para conseguir furar a bolha e conquistar a diversidade de fãs?
Desde que a Liberty Media adquiriu os direitos da F1 em 2017, a empresa mudou a filosofia do esporte, tratando-o como produto de entretenimento 24/7, não apenas como competição esportiva.
Isso tudo para se aproximar de públicos mais jovens e familiares, expandindo assim uma das modalidades esportivas de maior valor no cenário mundial. (As Swifties são a prova de que deu certo)
Vale citar algumas das mudanças realizadas: aumento significativo na produção de conteúdo digital, incluindo posts para redes sociais, vídeos de bastidores e entrevistas.
Foi lançado o serviço de streaming F1 TV Pro para acesso exclusivo.
Os pilotos foram incentivados a desenvolver suas marcas pessoais, o que os tornou mais humanos e próximos do público.
A série documental "Drive to Survive" tornou-se um grande sucesso, gerando um engajamento emocional que superou até mesmo a audiência tradicional das corridas.
Além de investir pesado em collabs com marcas que vão desde o setor de entretenimento ao de brinquedo, como:
Disney: a colaboração foi anunciada para 2026. Essa iniciativa prevê a presença do icônico personagem Mickey Mouse em diversas experiências interativas, como criação de conteúdos exclusivos e em uma linha de produtos licenciados.
McDonald's: lançamento do "McMenu F1- O Filme" em julho. Esse combo especial, que incluía um lanche e miniaturas de carros inspiradas na F1 e nas cores do Méqui, esgotou-se rapidamente em poucos dias.
Lego: Em maio, durante o Grande Prêmio de Miami, um evento notável foi o desfile dos pilotos em carros temáticos construídos com peças de Lego.
Por que isso é quente?
Lembro alguns anos atrás de ver meu pai acordar às 4h da manhã para assistir Fórmula 1. E esse mês ouvi uma reclamação de uma jovem que ia perder o circuito para fazer o Enem.
Definitivamente o conceito de persona aqui foi inutilizado. Isso significa dizer que a F1 fala com todo mundo? Não. Ela escolheu pessoas que querem assistir histórias dentro de um cenário inédito. Os puristas continuam assistindo pelas ultrapassagens, enquanto os novos fãs assistem pelo drama.
Gosto de como Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports definiu esse movimento: "no entretenimento, o esporte tem algo único, que é a imprevisibilidade. Na música ou no cinema, o desfecho é conhecido. O esporte combina emoção, competição e surpresa. As pessoas buscam momentos únicos, e é isso que o esporte entrega."
A diferença de fazer algo intencional, como fez a Liberty Media, é ter o controle da narrativa. Diferente de esportes como o futebol, que constantemente está associado a fofocas e escândalos. O movimento de incentivar pilotos a desenvolverem marcas pessoais levou Lewis Hamilton a se tornar ícone de moda, Lando Norris virou streamer, Charles Leclerc virou galã nas redes sociais.
Todo o ecossistema construído culminou para que a marca seja vista não apenas como um fornecedor de bens ou serviços, mas como um elemento que contribui, reflete e molda a experiência cultural das pessoas.
🔥 O que andou aquecendo por aí:
Spotify: adicionou nova métrica no Wrapped desse ano: seus vídeos musicais mais assistidos.
Netflix: escolheu Londres para recriar o mundo invertido e divulgar a última temporada de Stranger Things. O streaming utilizou IA para criar a sensação de uma dimensão paralela. O McDonald's também aproveitou a série para lançar um combo personalizado.
Insider: estreia no segmento de beauty tech lançando uma roupa com cafeína verde capaz de melhorar a pele e reduzir celulite. (OWWWW isso aqui é grande. É tendência e tem tudo a ver com Insider)
Brahma: lança rebranding para seus bares e quiosques. O novo layout incluiu auto serviço, luminosos e uma combinação de nostalgia e modernidade. (É o fim da estética do copo sujo)
China: quer que os influenciadores tenham diploma, licença ou certificado profissional para falar sobre finanças, saúde, medicina e direito. (Tá aí algo que devemos importar)
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