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Epidemia da insônia: Como a indústria do sono está capitalizando com a venda de produtos?
Na edição 89o da Gossip Marketing: Indústria do sono, eleições EUA, desinfluência e muito mais...
Olá, humano! Eu costumava irritar uma amiga ouvindo qualquer versão de cover e alegando ser melhor que a versão original. Posso talvez estar te irritando se eu disser que essa é uma versão muito boa de “Vienna”? Bora pra mais uma news.
Resumo para preguiçosos:
Indústria do sono e a venda de produtos
Kamala Harris vs Donald Trump
A ascensão dos desinfluenciadores
😴 Comportamento - Epidemia da insônia: Como a indústria do sono está capitalizando com a venda de produtos?
Foi-se o tempo em que para dormir bem bastava comprar um colchão de qualidade. Hoje, a insônia é um monstro que requer de 3 a 9 produtos diferentes para ser combatida. O que está acontecendo?
Mudança de cenário: apesar de o sono ser essencial, ele nem sempre foi uma prioridade. Em 2010, a cultura da correria era predominante e "dormir era para os mortos". Com a pandemia, as pessoas puderam repensar suas rotinas e priorizar a saúde física e mental.
Produtos: conforme o sono se tornou uma preocupação, as empresas começaram a monetizar a hora de dormir. Dentre os produtos estão: raspador de língua, suplementos de magnésio, gomas de canabinol, loção corporal de magnésio, luz vermelha, máquina de ruído branco, máscara de dormir, protetor auricular, lençóis de aterramento, capa de colchão que resfria e eleva a cama, além de terapias do sono.
Preço do sono: as cápsulas de magnésio custam em média US$ 44, enquanto a capa de colchão custa US$ 4.049 e a reserva de 7 dias em um dos SPAs do sono inicia em € 5.550.
Marcas: Oura Ring possui aparelhos de tecnologia vestível que rastreiam o sono e oferecem uma pontuação de como foi a noite. Somnee é uma faixa eletrônica para a cabeça que usa estimulação elétrica para aumentar a duração do sono. Já a BYNACHT é uma marca de beleza que promove o sono como um caminho para a pele mais bonita (urgência oculta).
Por que isso é quente?
Como tudo em nosso século, o sono se tornou uma jornada de produtividade. Dos produtos de beleza até os dispositivos vestíveis, a mensagem das marcas faz pensar que o sono é uma habilidade treinável e, uma vez que você medir, pode melhorar.
A preocupação com o sono surge também na medida em que as pessoas desejam melhorar outras áreas da vida, como a nutrição. Mark Zuckerberg e Elon Musk, empresários que antes eram símbolo do "trabalho enquanto eles dormem", estão adotando dispositivos tecnológicos do sono como forma de biohackear a juventude.
O principal inimigo do sono, no fim das contas, é a disparidade socioeconômica. Segundo o Washington Post, 35,2% das pessoas que ganham abaixo do nível de pobreza dormem menos de 6 horas, comparado aos 27,7% das que ganham mais de quatro vezes o nível de pobreza.
O marketing em torno desses produtos não é mentiroso, mas muitos dos resultados de eficácia ainda são inconclusivos. Muito da melhoria percebida é fruto do efeito placebo e da fé que as pessoas depositam na compra.
Mesmo com o avanço da tecnologia e o leque de produtos oferecidos, dormir é o novo luxo.

Meme “namorado distraído”
🎯 Marketing - Como os conteúdos estão moldando as decisões políticas das eleições dos EUA?
Biden havia dito semanas atrás que só o "Senhor Todo-Poderoso" era capaz de fazê-lo renunciar. Pelo visto, ele ou o X (Twitter) o fez. Logo após abrir mão da reeleição, ele apoiou a candidatura de sua vice, Kamala Harris. Aqui está o que bombou na internet nos últimos dias:
Kamala Harris: é alvo de um meme de 2023 que popularizou uma coletiva de imprensa em que ela conta uma experiência com a mãe, dizendo: "Vocês acham que acabaram de cair de um coqueiro? Vocês existem no contexto."
Quando Charli XCX lançou seu álbum Brat, a música "Apple" evocou e deu sentido a um sentimento semelhante à fala de Harris.
A partir daí, um edit no estilo "fan cams" feito por Ryan Long, estudante universitário, deu início a uma série de vídeos que colocariam Kamala nos trending topics.
A #kamalaharris e "kamala" tiveram o melhor desempenho no TikTok, com um total de 14 mil postagens e 130 milhões de visualizações.
Os memes de Kamala Harris conquistaram a simpatia no X e a transformaram em um ícone da comunidade gay. Em demonstração de apoio, as pessoas começaram a usar um coco e uma palmeira em seus perfis sociais.
Donald Trump: está mirando nichos para atrair eleitores. O ex-presidente se juntou ao criador de conteúdo e jogador do PGA Tour, Bryan DeChambeau, em uma partida de golfe em um vídeo publicado no YouTube. O vídeo foi para o topo da página de tendências do YouTube e alcançou mais de 9 milhões de visualizações.
Golfe é um dos gêneros que mais cresce no YouTube. Essa visualização orgânica é como uma luva para Trump, que já é conhecido por jogar o esporte e possui 16 campos.
Por que isso é quente?
Os períodos eleitorais são um prato cheio para análises de comunicação. Cada conteúdo é como uma peça do quebra-cabeça da história que os candidatos estão contando aos eleitores, ou que está sendo contada sobre eles.
Os memes de Kamala em edits de áudio de cantoras como Charli XCX e Taylor Swift ajudam a embalar, sob ritmos conhecidos, simpatia com o público usando elementos da cultura pop.
Jules Terpark, comentarista de cultura digital, citou o executivo de tecnologia Seyl Taylor: "Você pode convencer as pessoas de qualquer coisa se colocar isso em um TikTok com um som cativante." Segundo ela, as edições do TikTok são a forma mais persuasiva do momento.
Diferente do Ciro Gomes, que tentou ganhar o público jovem do nicho de games, Trump tem coerência e lastro com o público de golfe. Um vídeo publicado por uma das referências do nicho no YouTube, em uma atividade que aparenta ser despretensiosa, age da mesma forma que aqueles merchandising inseridos em cenas de filmes. Eles parecem não querer dizer nada, mas estão ali para vender.
👎🏼 Tendência - Por que desinfluenciar é a nova influência?
O marketing boca a boca está se mostrando positivo mais uma vez, ou, nesse caso, negativo. A opinião negativa dos desinfluenciadores está moldando a forma como as pessoas enxergam e consomem marcas. O que aconteceu?
Se você é pago para julgar uma marca, é muito provável que o seu julgamento seja afetado pelo medo da perda do patrocínio. Essa constatação evidente está, aos poucos, ganhando popularidade.
Segundo uma pesquisa da Harris Poll/Credit Karma, realizada com 2.042 adultos, descobriu-se que 69% dos usuários de mídia social optaram por não comprar produtos no TikTok, Instagram ou outras plataformas.
Desses, 32% afirmaram não confiar em influenciadores, 28% não acreditam que os produtos são "autênticos" ou "funcionais" e 26% acreditam que os produtos promovidos criam um ambiente de "consumo excessivo".
Os desinfluenciadores estão criando vídeos que podem, de fato, ter impacto econômico nas marcas. Eles abordam em suas análises o discurso dos influenciadores, julgam a funcionalidade dos produtos e promovem o consumo consciente.
Por que isso é quente?
A Geração Z está entre os 88% que alegam ter sido desinfluenciados. Isso ocorre porque o perfil dessa geração busca diminuir o consumo devido à grana curta, ao desejo por compras com propósito e à preocupação com o meio ambiente.
Ao mesmo tempo, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de influência dos influenciadores digitais na decisão de compra, representando 43% do consumo no país.
Os desinfluenciadores fazem parte de uma contracultura que surge sempre que algo se populariza. Essa ideia contrária se opõe para balancear o excesso. Atualmente, por exemplo, o marketing digital e a venda de cursos são um dos tópicos mais quentes do país. Em resposta, surgem os desinfluenciadores de cursos, que sugerem formas gratuitas de aprender ou até mesmo criam produtos de curadoria que demonstram quais cursos ou materiais realmente valem a pena investir.
🔥 O que andou aquecendo por aí:
Empresas: de IA estão perdendo dados de alta qualidade para treinar seus modelos à medida que editores, organizações e plataformas começaram a restringir e proteger seus dados.
Manchester City: para conquistar fãs mais jovens, se juntou ao Fortnite em uma jogada estratégica.
YouTube: Shorts está superando o TikTok como plataforma de descoberta e compartilhamento de música.
Google: está desistindo de acabar com os cookies depois que os concorrentes alegaram aos reguladores que isso daria ainda mais poder à empresa sobre a venda de anúncios e tecnologia.
TikTok:pela primeira vez, está permitindo que os usuários postem thumbs (capas) personalizadas.
🐱 Pulo do gato
Longe de mim incentivar a pirataria, mas com o preço atual dos streamings fica difícil sustentar. Este aplicativo que não parece um aplicativo de filmes e séries é uma opção gratuita para iOS e android.
Caso você seja novo (a):
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