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WGSN prevê que 2026 será o ano do "redirecionamento"
Na edição 145o Edição da Gossip Marketing: WSGN soltou o verbo para 2026, empresas tech estão mudando, as marcas estão ultrapassando o limite de seus mercados e muito mais...
Olá, humano! Chegou a temporada de tendências. Vários portais renomados divulgam o que pensam ser tendência em marketing para o próximo ano. Como são muitos, vou tentar cobrir pelo menos um por edição até 2026. Play na música e bora pra mais uma edição?
Resumo para preguiçosos:
WGSN prevê redirecionamento para o marketing
Para onde as empresas tech estão caminhando?
Marcas invadindo mercados vizinhos
📊 Tendências – WGSN prevê que 2026 será o ano do "redirecionamento"
Mal fechamos o planejamento de 2025 e a "bíblia" das tendências já veio bagunçar nossa cabeça para 2026. É isso mesmo, a WGSN soltou o verbo e a palavra de ordem é: Redirecionamento. Se você achava que era só continuar fazendo mais do mesmo, tenho más notícias...
O relatório aponta que o marketing vai atingir um ponto de inflexão radical, impulsionado por uma aceleração tecnológica frenética e um consumidor que já não aguenta mais ser bombardeado.
O cenário traz números que assustam e oportunidades que brilham, se liga:
A receita global de publicidade deve crescer, chegando a US$ 1,4 trilhão até 2029. Dinheiro tem, o problema é como pegar.
49% dos norte-americanos evitam comprar de uma marca se virem seus anúncios com muita frequência.
Empresas que oferecerem experiências ruins podem perder US$ 2,7 trilhões globalmente.
Para completar, uma pesquisa revelou que a maioria dos consumidores acha os anúncios atuais "confusos", "irritantes" e "chatos".
Para sobreviver a esse apocalipse do "anúncio chato", a WGSN sugere estratégias como o marketing multicamada e as narrativas duplas.
Basicamente, é a arte de ser bipolar (de um jeito bom): equilibrar narrativas suaves para públicos maduros (vídeos longos, e-mail marketing) e narrativas caóticas para a Geração Z e Alfa (TikTok, memes e virais).
Marcas como LOEWE e Jacquemus já entenderam o recado. No Instagram, adotam um tom sério e "aesthetic"; no TikTok, abraçam o caos e a informalidade.
Por que isso é quente?
Sabe aquela sensação de que "ninguém aguenta mais publicidade"? Não é só sensação, é dado. O consumidor de 2026 não quer comprar porque precisa, ele quer comprar porque quer sentir algo.
Na era em que a Inteligência Artificial faz tudo, a emoção humana vira o artigo de luxo mais caro do mercado. É o que chamamos de criatividade intencional.
Outro ponto crucial é o retorno do mundo físico. Enquanto tudo vira digital, 57% dos consumidores globais dizem que querem tocar, ver e sentir os produtos antes de comprar.
É aqui que entra o marketing sensorial. Um exemplo? A Melissa, que criou sabores de sorvete inspirados em suas sandálias, ou o Spotify incentivando rotinas com a natureza.
As marcas precisarão ativar as "microalegrias". O mercado terá que ser menos sobre vender um produto e mais sobre acolher uma emoção.
Em um mundo artificial, sentir é a nova moeda de troca.
🔌 IA – Mercado de tecnologia virou commodity? Como as atualizações estão mudando o mercado e entregando valor
Chegou a época do ano em que as empresas de tecnologia decidem dar presentes de Natal, ou eu diria atualizações mágicas. Para onde as empresas tech estão caminhando?
Eu estive presente na Etos.IA, um evento em Goiânia focado em inteligência artificial. A palestra do Avanish Sahai, executivo de mais de 35 anos de experiência no Vale do Silício, me confirmou algumas suspeitas sobre o mercado de tecnologia e SaaS.
Primeiro: o conceito de "Software as a Service" (Software como Serviço), onde a tecnologia não entrega apenas a ferramenta, mas executa o serviço final através de automação e agentes.
Agentes de IA conversam com outros agentes (ex: o agente da sua empresa negocia e paga o agente do fornecedor) com mínima ou nenhuma intervenção humana.
Alguns exemplos de agentes: Sierra AI (suporte ao cliente), Harvey AI (advogado júnior), Lovable (criador de aplicativos), entre outros.
Segundo: aplicativos que ainda são operados por humanos estão adicionando recursos para otimizar o trabalho ou até mesmo novas tecnologias estão sendo criadas para aumentar o nível técnico dos profissionais.
Exemplos: Photoshop adicionando editor de IA, Cursor foi criado para ajudar programadores, CapCut com recursos que editam mais rápido com IA.
Terceiro: o conceito de "all-in-one" ou super app, que nada mais é que prender o usuário dentro de um único sistema. É aqui que destaco as atualizações recentes.
Exemplos: Beehiiv, aplicativo de envio dessa newsletter, lançou uma atualização com 10 novos recursos, dentre eles, a possibilidade de venda de infoprodutos e assinatura paga. Nubank recentemente lançou o NuCel para operar no setor de telefonia.
Por que isso é quente?
O mercado de tecnologia passa por uma transformação profunda. Depois de anos focado em crescimento acelerado, agora a palavra de ordem é eficiência operacional. Essa mudança de orientação não é apenas estratégica, ela está redefinindo modelos de negócios, formatos de produtos e até a estrutura das equipes.
Com a pressão por eficiência, os novos aplicativos serão capazes de substituir tarefas antes feitas por pessoas e, em muitos casos, reduzir drasticamente o número de colaboradores necessários para operar um negócio.
Esse movimento abre espaço para que empreendedores construam operações mais enxutas, com maior margem e menos dependência de funções repetitivas.
Mesmo nos aplicativos e setores onde ainda há operação humana, o mercado está elevando o nível técnico exigido. Se antes equipes inteiras eram formadas por estagiários e profissionais júniores, agora há uma mudança clara:
Juniores precisam dominar tecnologia e IA desde o primeiro dia
Times se tornam menores, porém mais qualificados
Profissionais passam a usar ferramentas inteligentes para acelerar seu próprio desenvolvimento
Esse movimento por eficiência não acontece só nas empresas, ele chega também ao usuário final. Assim como aconteceu no mercado de streaming, quando a multiplicação de assinaturas tornou o custo insustentável, o boom da IA gerou uma explosão de novos aplicativos. Um para cada função, cada microtarefa, cada necessidade.
O resultado? O usuário começou a acumular assinaturas e, claro, a conta ficou pesada.
Para sobreviver, muitos aplicativos agora caminham para o modelo "super app" ou "all-in-one": várias funcionalidades integradas num único ecossistema, oferecendo custo menor, retenção maior e experiência mais fluída.
Como conversamos na semana passada, o Vale do Silício está esperando o retorno do investimento.

🔥 Tendência – A economia da otimização: Por que as marcas estão invadindo mercados vizinhos?
Abstinência, longevidade e otimização corporal estão entre as maiores tendências da atualidade. As marcas que lideram esse movimento estão derrubando barreiras setoriais, transformando o que era concorrência indireta em rivais diretos. Se liga...
As cafeterias são a nova balada, o shake proteico a nova bebida e a roupa de academia o novo look casual. As marcas estão acompanhando as mudanças culturais do seu público.
Para você ter uma noção do que nos tornamos enquanto nação, o Brasil é o quinto maior consumidor de produtos proteicos e alimentos funcionais, com expectativa de duplicar até 2028, segundo os dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD).
E não para por aí, 88% do consumo de produtos proteicos está em bebidas em pó ou prontas para beber, sendo chocolate o sabor preferido, segundo a Euromonitor.
Esses poderiam ser apenas dados isolados, mas é o resultado do novo lançamento da Nescau. A marca criou uma bebida em pó protein, com o sabor tradicional e adição de 15g de proteína na porção. O produto chega às prateleiras no início de 2026.
E não é só a bebida que está mais proteica, vemos uma transformação completa que inclui novos hábitos alimentares, a redução de açúcar e gordura nos rótulos e a febre dos remédios de emagrecimento rápido.
A roupa de academia também expandiu o seu uso para fora dos centros de exercício, e agora ocupa a posição de roupa casual. Pensando nisso, a Insider lançou uma nova linha que ao usar a peça, o movimento do seu corpo faz com que o tecido libere ativos que tratam a pele superficialmente.
Isso não apenas melhora a circulação, mas também age diretamente na firmeza da pele e na diminuição tanto de medidas quanto dos sinais de celulite, entregando melhorias progressivas.
Por que isso é quente?
O consumidor atual não busca mais produtos passivos, ele busca ativos de performance. Nesse cenário, a compra deixa de ser sobre "ter algo" (uma roupa, um achocolatado) e passa a ser sobre "tornar-se algo" (mais saudável, mais forte, mais bonito).
Para atender a essa demanda por eficiência biológica e temporal, as marcas são obrigadas a criar produtos híbridos, dissolvendo as fronteiras tradicionais da indústria.
As pessoas estão sobrecarregadas. Elas não têm tempo para uma rotina de 10 passos de skincare mais uma dieta complexa mais uma rotina de academia isolada.
Se eu posso beber meu café e ganhar proteína, ou vestir uma legging e tratar a celulite, eu estou "hackeando" a minha rotina. O produto que resolve dois problemas de uma vez vence.
E as marcas perceberam que não podem mais ficar presas à sua "prateleira de origem". O caso da Nescau mostra que o armário está competindo com a farmácia de suplementos, enquanto o guarda-roupa invade a necessaire de beleza.
A concorrência agora é pelo share of wallet do autocuidado.
O consumidor tem, digamos, R$ 500,00 para investir em "ficar melhor".
Antigamente, a Nike competia com a Adidas por esse dinheiro.
Hoje, se a legging da Insider promete tratar a pele, o consumidor pode decidir comprar a legging e não comprar o creme da Vichy ou a sessão de drenagem linfática.
O concorrente da indústria de alimentos não é só outra marca de comida, é qualquer marca que prometa saúde. O concorrente da moda não é só outra confecção, é qualquer marca que prometa beleza e autoestima.
🔥 O que andou aquecendo por aí:
Canva: lançou sua maior atualização desde 2013 e tornou o pacote profissional Affinity totalmente gratuito, transformando a plataforma em um "Photoshop de graça" com IA que cria layouts do zero. (coincidentemente a Adobe reduziu valores hehe)
Gemini: lançou a nova versão Pro do NanoBanana e, pasme, agora ele finalmente consegue escrever textos de forma legível. O modelo ainda tem uma limitação média de 63 caracteres. (Cancela a atualização do Canva 🤣)
Magalu: e Americanas anunciaram uma parceria inédita onde uma venderá os produtos da outra em seus respectivos marketplaces. A união das gigantes nacionais visa fortalecer a competição contra Mercado Livre e Shopee.
Heinz: cutucou a Hellmann's em sua nova campanha, afirmando que a maionese da concorrente é apenas "MaioMENOS".
Mídias sociais: o uso de Inteligência Artificial cresceu 66% entre profissionais da área, com 83% já utilizando ferramentas no dia a dia. O Canva segue imbatível como a principal solução de design para 85% dos entrevistados.
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