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O mercado de moda de luxo mudou, e talvez sua marca ainda esteja presa ao passado

Na edição 121o da Gossip Marketing: Mercado de luxo e mudanças envolvendo comida, Apple como seu médico pessoal, efeito nostalgia no filme Lilo & Stitch e muito mais...

Olá, humano! Pensei várias vezes em trazer o assunto Virgínia para a News. Para isso, eu teria que admitir que ela fez marketing, e bem, gerar barulho não é o mesmo que fazer marketing. Então deixo para outros colegas tratarem desse assunto. Play na música e bora pra mais uma edição?

Resumo para preguiçosos:

  • O mercado de moda de luxo mudou

  • Apple quer colocar um médico de IA no seu bolso

  • Lilo & Stitch reaparece e explode entre os públicos

Cortesia da Saint Laurent

💥 Consumo – O mercado de moda de luxo mudou, e talvez sua marca ainda esteja presa ao passado

Ninguém sai comprando uma bolsa de R$ 40 mil reais do nada. Isso envolve toda uma construção de um contexto social que justifique esse investimento. Há quem diga que tudo acaba em pizza, mas no mercado de moda de luxo, tudo acaba em status e exclusividade. Qual a nova?

  • Marcas de moda estão usando comida em suas campanhas para surfar na tendência de experiências gastronômicas como símbolo de luxo.

  • Frutas, torradas e chocolates agora dividem espaço com bolsas e botas nas campanhas da Saint Laurent, Prada, Burberry (que, sinceramente, já poderia lançar sua própria fruta), Jacquemus, LOEWE, FILA e por aí vai.

  • Os anúncios não param mais em imagens de alimentos fotogênicos. Agora tem manteiga, ganache e até chef estrelado no casting. A Neiman Marcus, por exemplo, chamou o restaurateur Michael Chow pra campanha, enquanto outras marcas estão escalando influencers que cozinham melhor que muita avó, tipo a Nara Smith.

  • E não pense que é só nas fotos: comida e bebida estão invadindo o varejo físico também. A Khaite, de Nova York, criou garrafinhas de cerveja com rótulo poético ("o cashmere das cervejas", sim, você leu isso). E a Axel Arigato, marca de tênis sueca, está distribuindo rolinhos de canela na loja, porque nada grita “luxo escandinavo” como um docinho quente no meio das compras.

  • Michael Scanlon, diretor criativo da agência Chandelier, resumiu bem ao dizer à The Business of Fashion que “a comida virou símbolo de status”. E não é que virou mesmo?

Por que isso é quente?

Se antes o luxo era sobre dinheiro, agora é sobre saber o que fazer com ele.

O comportamento de consumo mudou. O que antes era uma competição de quem tinha o carro mais importado ou a bolsa mais cara, agora virou um duelo silencioso de repertório cultural. Em vez de mostrar quanto você gasta, o jogo é mostrar o quanto você sabe.

Não à toa, o novo desfile vem com livro raro debaixo do braço, o coquetel é servido numa taça Baccarat e o restaurante da grife tem fila maior que a do consulado americano.

E se você ainda acha que basta parecer rico, sinto informar: o consumidor atual quer parecer culto. Quer ser reconhecido, não pelo look, mas por citar Virginia Woolf entre uma garfada de caviar vegano e outra.

Com o preço dos ovos nas alturas e conseguir reserva em restaurante badalado se tornando uma olimpíada urbana, a gastronomia virou o novo símbolo de status. Comer bem, de forma esteticamente instagramável e intelectualmente comentável, é o lifestyle desejado da vez.

Para quem trabalha com marketing, a mensagem é: o novo luxo não está só no produto, mas na experiência que ele entrega, no repertório que ele exige e no discurso simbólico que carrega.

A nova moeda do branding é o capital cultural.

📲 Tendência – Seu próximo personal trainer, nutricionista e clínico geral pode estar no seu iPhone

Você é do time que gosta de ir ao médico? Bem, a Apple quer se tornar seu médico pessoal, olhando seus vestígios digitais com IA para identificar alguma coisa fora do normal. Que episódio de Black Mirror é esse?

  • A Apple estaria desenvolvendo uma grande atualização para o app Saúde, que incluiria um assistente de IA com funções semelhantes às de um médico pessoal.

  • Conhecido internamente como “Projeto Mulberry”, o novo recurso pretende incorporar um agente de IA com foco em saúde dentro do aplicativo Saúde, atuando como um coach digital.

  • Esse agente teria acesso a informações coletadas dos dispositivos do usuário — como dados de sono, nutrição, sinais biométricos, entre outros — para gerar recomendações personalizadas e insights sobre saúde.

  • Existe ainda a possibilidade de que, futuramente, a IA consiga utilizar a câmera dos dispositivos para analisar treinos, oferecer sugestões de postura ou até responder dúvidas visuais simples, como “essa pinta parece normal?”.

  • A Apple também está desenvolvendo conteúdos com médicos internos e especialistas da área para criar vídeos explicativos. Esses vídeos seriam apresentados pelo agente de IA sempre que ele identificasse um possível problema de saúde relacionado ao estilo de vida do usuário.

  • A novidade deve chegar como parte da atualização do iOS 19.4, com lançamento estimado para a primavera ou o verão de 2026.

Por que isso é quente?

Considerando que é natural as pessoas questionarem o Google quando se deparam com alguma anormalidade no corpo, essa atualização da Apple pode atender esse público curioso com uma riqueza bem maior de dados. (isso acabaria com o diagnóstico prévio de câncer dado pelos buscadores)

Vamos supor que a Apple esteja preocupada com a sua saúde (bem difícil), o que ela ganha com isso?

Primeiro: tempo de tela. Um hub de saúde exclusivo para a tecnologia iOS é mais um benefício incorporado para evitar a troca do seu iPhone por outra marca.

Segundo: incentivar venda de hardware. Nem pense que isso vai se limitar ao seu iPhone. É bem provável que os medidores de glicose, oxigênio, pressão sanguínea e hipertensão dependam de um smartwatch. Isso também daria ao Vision Pro (lançamento flopado) um médico holográfico e um uso útil para tê-lo em casa.

Terceiro: o CEO Tim Cook quer mais do que lançar o próximo dispositivo de sucesso. Ele possui uma ambição em construir um legado duradouro para a marca e espera alcançar isso através das inovações em saúde.

Se a quinta onda que está surgindo em saúde e bem-estar não for aplacada, é bem provável que a Apple surfe no que há de mais quente nos próximos anos.

Cortesia da Disney

🎬 Comportamento – Nostalgia + bilheteria recorde: Lilo & Stitch reaparece e explode entre os públicos

Quando eu, e talvez muitos de vocês, estávamos nascendo, a Disney lançava Lilo & Stitch (2002). 23 anos depois, o cinema está lotado de adultos saudosistas em busca de assistir ao sabor da infância na versão do remake live-action. Fale mais...

  • O filme teve uma estreia marcante nos Estados Unidos, com uma arrecadação de US$ 182,7 milhões — o maior resultado já registrado no fim de semana do Memorial Day, superando o desempenho de Top Gun: Maverick, lançado em 2023.

  • Até agora, a produção já ultrapassou os US$ 400 milhões em receita global, deixando para trás os US$ 273,1 milhões arrecadados pelo filme original nas bilheterias.

  • Segundo dados do PostTrak, 56% dos ingressos foram comprados por adultos. O público entre 18 e 24 anos representou 32% da audiência não familiar, enquanto 33% tinha entre 25 e 34 anos.

  • Apesar de Lilo & Stitch não ter alcançado grande sucesso em seu lançamento e ter surgido fora do período considerado como a “era de ouro” das animações da Disney, a franquia encontrou seu espaço com o passar do tempo.

  • O personagem Stitch ganhou popularidade graças à produção contínua de continuações lançadas direto em DVD, projetos com orçamentos mais modestos e adaptações em videogames, elementos que mantiveram o carinho do público vivo e crescente.

Por que isso é quente?

Primeiro, vamos fazer um combinado: animação não é filme infantil. Pode até ter uma classificação infantil, mas os temas, na maioria das vezes, abordam dilemas cotidianos que crianças dificilmente entenderiam.

Independe de geração Z, Y, W (depois de aprender em uma aula que esse recorte é pobre, estou tentando olhar por outra ótica), fato é que quem era criança na época ou estava nascendo não tinha discernimento suficiente para identificar as nuances do filme, como: família desestruturada, adoção, perda, exclusão social e pertencimento. (A realidade de qualquer adulto em 2025 hehe)

Soma essa identificação emocional com a tendência de retorno ao passado (um refresh aqui) e boom. A variação de faixa etária acontece.

Até os executivos da Disney, na faixa dos 40 anos, se surpreenderam quando funcionários na faixa dos 20 e 30 anos ficaram animados com a releitura live-action.

E do jeito que Hollywood não quer ficar dando tiro no escuro, pode esperar mais releituras vindo por aí. Viva a nostalgia.

Cortesia Hypebeast

🔥 O que andou aquecendo por aí:

OpenAI: está lançando um agente de codificação chamado "Codex" dentro do ChatGPT.

xAI: está pagando US$ 300 milhões ao Telegram para colocar seu chatbot Grok dentro da plataforma.

Meta: está planejando abrir lojas de varejo na expectativa de aumentar as vendas dos seus produtos de hardware.

Apple: vai começar a nomear as atualizações do seu sistema operacional de acordo com o ano de lançamento, e não de forma cronológica. Então ficaria iOS 25 para o ano de 2025. (Gostei, bem mais fácil de lembrar)

Nike: se uniu à Lego para juntas criarem um tênis infantil amarelo super legal. (Muitos adultos não vão resistir)

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